Depois do ultimato de Elon Musk, estima-se que centenas de funcionários do Twitter tenham decidido deixar a empresa, avança a agência Reuters.
O prazo limite para escolher entre um compromisso "extremamente hardcore" ou despedimento terminou na quinta-feira às 17:00 (22:00 em Lisboa) e as decisões começam agora a ser conhecidas.
As saídas destes funcionários refletem a resistência em permanecer numa empresa onde metade da força de trabalho foi despedida, incluindo a administração, e que está a alterar de forma abrupta a cultura de trabalho.
Elon Musk pretende que os funcionários trabalhem "longas horas com alta intensidade" e afirma não estar preocupado com estas saídas, pois "as melhores pessoas ficam", disse na quinta-feira à noite.
No entanto, e segundo um funcionário do Twitter, Musk tem tido várias reuniões com alguns dos trabalhadores mais importantes para o funcionamento da empresa para tentar convencê-los a ficar.
Segundo uma pesquisa da agência Reuters, através do Twitter, mais de 110 funcionários, de pelo menos quatro continentes, partilharam em publicações públicas que iam abandonar a empresa, por sua vez 15, maioritariamente do departamento de publicidade, manifestaram que não queriam sair. Num chat interno do Twitter, mais de 500 funcionários escreveram mensagens de despedida esta quinta-feira.
Já numa ferramenta em que os trabalhadores podem partilhar anonimamente informação, 42% dos 180 participantes optaram pela "opção de saída, estou livre!", 25% escolheu ficar "com relutância" e apenas 7% disseram que "clicaram sim para ficar, sou hardcore". Apesar de ainda não ser possível precisar o número de funcionários que decidiu sair da empresa, os funcionários estimam que cerca de 50% dos trabalhadores não vai permanecer.
Para já sabe-se que muitas das saídas incluem engenheiros responsáveis por corrigir bugs e evitar interrupções no serviço, o que leva a questionar se a estabilidade da plataforma poderá estar em causa.
Segundo uma fonte citada pela Reuters, a versão do Twitter usada pelos funcionários começou a ficar lenta na quinta-feira à noite, e acreditava-se que a versão "pública" do Twitter também poderia ficar.
"Se acontecer alguma coisa, não resta ninguém para reparar", constatou essa fonte.
De acordo com o site Downdetector, na noite de quinta-feira os relatos de interrupção no Twitter aumentaram de menos de 50 para cerca de 350.
Na quarta-feira, Elon Musk enviou um e-mail ao funcionários onde dava duas opções: ou fazem um compromisso "extremamente hardcore" ou aceitam um acordo de despedimento.
Os funcionários que quisessem ficar teriam de carregar em "sim" e se não respondesse afirmativamente no prazo estipulado, seria excluído da empresa, recebendo uma indemnização correspondente a três meses de salário.
À medida que as demissões chegavam, Musk fez uma piada no Twitter: "Como se faz uma pequena fortuna nas redes sociais? Começando com uma grande".