Economia

Estado investe 76 milhões em empresas… e Mário Ferreira fica com 40

Pluris Investments recebe a maior fatia dos apoios do Programa que apoia empresas afetadas pela pandemia. A empresa detém a operação de barcos e também 35% da TVI.

A Pluris vai ficar com a maior fatia dos apoios dos fundos de capitalização do Banco Português de Fomento para empresas afetadas pela pandemia. Os 40 milhões de euros que a empresa de Mário Ferreira vai receber, serão usados para apoiar o aumento de capital da Mystic Cruises. A empresa detém a operação de barcos e também 35% da TVI.

Na primeira ronda do Programa de Recapitalização Estratégica do Fundo de Capitalização e Resiliência, 12 empresas vão receber um apoio de quase 77 milhões de euros.

Este programa visa reforçar o capital de empresas estratégicas para o país. A Pluris Investments recebe 52% do PRR à recapitalização.

A empresa, que concentra os investimentos de Mário Ferreira, integra a operação dos barcos e também uma posição de controlo da Media Capital, vai receber 40 milhões de euros.

A candidatura aprovada, segundo o Banco do Fomento, que gere os fundos, “visa exclusivamente o apoio à atividade turística” do grupo económico.

Mário Ferreira, contactado pela SIC, remeteu para as declarações feitas ao Público e à TSF, onde esclareceu que não se trata de “um auxílio do Estado”, mas sim de um empréstimo por um banco regulado “com regras muito rígidas impostas pela comunidade europeia”.

O investimento vai ser feito em obrigações convertíveis em ações, ou seja, o Estado pode tornar-se dono da empresa se o empréstimo não for pago no prazo previsto.

As outras empresas que vão receber este apoio são também da área do turismo industrial, do setor agrícola alimentar e da engenharia.

No entanto, a candidatura da Pluris Investments foi a única que ultrapassou o limite preferencial de 10 milhões de euros que estavam definidos nas regras. O Banco do Fomento justifica dizendo que esta é uma operação considerada estratégica.

Algumas dúvidas se levantam, uma vez que o negócio dos cruzeiros onde vai ser aplicado o dinheiro pertence à Mystic Invest Holding, a empresa de Mário Ferreira onde Diogo Lacerda Machado é administrador.

Diogo Lacerda Machado é um empresário, amigo e homem de confiança do primeiro-ministro que foi escolhido por António Costa para negociar dossiês difíceis, como por exemplo, ajudou a reverter a privatização da TAP.

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