A restauração poderá superar em 2021 o volume de pagamentos de 2019, "se conseguir manter o ritmo das últimas três semanas (final de outubro, início de novembro) até ao final deste ano", como disse o Governador do Banco de Portugal, Mário Centeno? A ARHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal "considera positiva esta perspetiva, se vier a confirmar-se", mas coloca algumas reservas neste cenário otimista.
"Se até ao final do ano mantivermos taxas de crescimento face a 2019 idênticas às das últimas três semanas, o volume de pagamentos com cartões [...] em 2021 poderá superar, ainda que marginalmente - mas superar - o valor de 2019", disse Mário Centeno no encerramento da Money Conference, um evento organizado pela Global Media numa unidade hoteleira de Lisboa, que juntou os principais protagonistas dos bancos portugueses na primeira semana de novembro.
Mário Centeno afirmou que o setor representa "um volume de negócios transacionado, apenas por via digital e com cartões, superior a 5,5 mil milhões de euros" e acrescentou: "Eu recordo-vos que no final do primeiro trimestre de 2021 a queda face a 2019 era de 50%. Nós hoje estamos a projetar um aumento face a 2019", comentou.
A AHRESP, em comunicado divulgado esta terça-feira, comenta as declarações do ex-ministro das Finanças, dizendo que "considera positiva esta perspetiva, se vier a confirmar-se", mas recorda que "normalmente o inverno marca o início da época baixa, pelo que previsões assentes nas transações em época alta poderão não ser realistas.
E, "adicionalmente, os aumentos nos preços da energia e dos combustíveis, que estão a afetar a economia nacional como um todo, têm também relevantes repercussões nos nossos setores, nomeadamente na subida dos preços das matérias-primas e na escassez de alguns produtos, o que exige especial atenção por parte do Governo no que toca à necessidade de medidas específicas destinadas às nossas empresas para suportarem o aumento destes custos sem colocar em causa a sua competitividade", acrescenta.