Economia

Mota-Engil quer crescer mais no ambiente, concessões e serviços

O maior grupo de construção nacional revelou esta segunda-feira o seu plano estratégico para o quinquénio 2022 -26, onde estabelece como meta que o negócio de não-construção alcance um peso de 55% nas contas dos grupo dentro de cinco anos.

Hélder Carvalho Martins

A criação de uma unidade de ambiente, concessões e serviços industriais de engenharia com vocação global, com a concentração de todo o portefólio do grupo nesta área é um dos principais eixos do plano estratégico da Mota-Engil, divulgado esta segunda-feira.

Denominado construir 26 – para um futuro sustentável, o documento enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) traça para esta unidade uma ambição de crescimento de 30% num horizonte de cinco anos, com um aumento da margem operacional (EBITDA) desta área de negócio de 24% para 30%, numa área considerada “chave” para o futuro do grupo.

Isto porque será através de um crescimento mais expressivo dos negócios de ciclo longo como são o ambiente, concessões e serviços industriais de engenharia. Deste modo, a Mota-Engil espera que o negócio de engenharia e construção contribua com 45% para o EBITDA do grupo, sendo o negócio de não construção o mais representativo, com um peso de 55%.

Quanto às concessões, o grupo Mota-Engil quer reforçar a presença nos projetos greenfield - grandes empreendimentos construídos de raiz onde nada existe – e gerir ativamente “estes ativos alicerçado numa experiência de mais de 25 anos e um registo de mais de 12 mil milhões de euros de ativos desenvolvido”.

O foco nestes projetos greenfield permitirá potenciar a construção/concessão e, nas regiões onde o grupo tem uma presença forte e com múltiplas oportunidades, como é o caso da América Latina, e manter a rotação de ativos como estratégia para incrementar a geração de liquidez.

Outra das prioridades é ter uma “pegada” equilibrada, com foco “no aumento da dimensão média dos mercados (objetivo de triplicar o valor médio de faturação por mercado) com contributo equilibrado das regiões Europa, África e América Latina”, lê-se no documento.

Em termos de sustentabilidade, o grupo estabelece pela primeira vez cinco indicadores-chave de desempenho. Neste campo, surgem objetivos como reduzir as emissões de gases com efeitos de estufa em 40% até 2030; a meta de 80% de valorização de resíduos, um terço de mulheres em cargos de administração e um investimento de 25 milhões de euros em inovação e modelos de negócio sustentáveis.

Já quanto ao reforço no segmento dos serviços industriais de engenharia, um dos maiores eixos de crescimento previsto graça às encomendas obtidas em África, “o objetivo proposto para 2026 é o de alcançar 425 milhões de euros de faturação neste segmento (129 milhões em 2020) e margens EBITDA de 33%”, lê-se no documento.

No termos do plano estratégico, a Mota-Engil pretende dar continuidade ao programa de eficiência e controlo de custos de modo a concretizar uma redução representativa de 50 milhões de euros anuais em 2026 quando comparado com 2020.

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