Economia

Bancos portugueses reduzem 18 mil milhões de euros de crédito malparado em dois anos

Os bancos portugueses reduziram o valor de crédito malparado em 18 mil milhões de euros nos últimos dois anos, segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), que sinalizam uma nova quebra deste tipo de empréstimos.

De acordo com o relatório do BdP sobre o sistema bancário português hoje divulgado, desde o máximo histórico, observado em junho de 2016, o rácio de NPL ('non-performing loans', expressão em inglês para crédito malparado) diminuiu 6,2 pontos percentuais, "refletindo uma redução de 36% do 'stock' total de NPL" e correspondendo a 18 mil milhões de euros.

No segundo trimestre de 2018, o rácio de NPL total diminuiu um ponto percentual para 11,7%, beneficiando principalmente da redução do 'stock' de malparado, que baixou 2,3 mil milhões de euros (6,5%) e, em menor medida, do aumento dos empréstimos não classificados como NPL ('performing').

Também de acordo com o BdP, no segundo trimestre de 2018, os depósitos de clientes aumentaram 3,6%, "tendo este aumento sido transversal às instituições mais significativas do sistema".

Esta evolução foi mais expressiva nos segmentos das sociedades não financeiras e das outras sociedades financeiras (excluindo instituições de crédito), que registaram aumentos de 4,1 mil milhões de euros e de 2,5 mil milhões de euros, respetivamente.

Por sua vez, o financiamento junto de bancos centrais prosseguiu a sua trajetória descendente, registando um novo mínimo desde o primeiro trimestre de 2010.

Os indicadores de liquidez permaneceram em níveis elevados, tendo melhorado em todos os intervalos de maturidade.

O ativo total do sistema bancário aumentou no segundo trimestre de 2018, invertendo a tendência de queda verificada nos últimos anos.

Esta evolução reflete, segundo o BdP, essencialmente, o crescimento das disponibilidades em bancos centrais e da carteira de títulos de dívida pública, em especial portuguesa.

A rendibilidade do sistema bancário aumentou de forma significativa no primeiro semestre de 2018, em termos homólogos, traduzindo uma redução do fluxo de imparidades e provisões, em especial para crédito, bem como a redução dos custos com pessoal, acrescenta o BdP.

Lusa

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