Economia

Irão considera que sanções dos EUA estrangulam a economia do país

Teerão criticou esta segunda-feira perante o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) "o estrangulamento" que representa o restabelecimento das sanções de Washington, considerando que se pretende prejudicar "severamente" a economia iraniana.

JERRY LAMPEN

"Os Estados Unidos difundem publicamente uma política visando prejudicar o mais severamente possível a economia iraniana e os cidadãos e empresas iranianos", declarou o advogado do Irão Mohsen Mohebi na audiência no principal órgão judiciário das Nações Unidas.

As audiências do processo que opõe Teerão a Washington sobre o restabelecimento de sanções norte-americanas começaram pouco depois das 10:00 (09:00 em Lisboa) e devem durar quatro dias.

A delegação iraniana pediu ao tribunal que suspenda temporariamente as sanções e que o faça com "extrema urgência", tendo em conta as suas "consequências dramáticas" para a economia iraniana.Mohebi assinalou que Teerão "não teve outra escolha senão recorrer ao TIJ após ter procurado em vão uma solução diplomática".

A reposição de sanções anunciada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, "não é mais do que uma agressão económica flagrante contra" Teerão, disse ainda, adiantando que "o Irão oporá a maior resistência ao estrangulamento económico feito pelos EUA por todos os meios pacíficos".

Em maio, Trump retirou os Estados Unidos do acordo sobre o nuclear, assinado pelo Irão e pelas grandes potências em 2015.

Ficou decidido o restabelecimento de sanções norte-americanas severas à República islâmica, até então suspensas pelo acordo internacional.

As primeiras sanções norte-americanas, lançadas no início de agosto e relativas ao setor financeiro e comercial, serão seguidas em novembro por outras, que afetarão o setor petrolífero e de gás.

Várias empresas internacionais, entre as quais a francesa Total e a alemã Daimler, já anunciaram o fim das suas atividades no Irão na sequência da entrada em vigor das sanções norte-americanas.

Segundo especialistas, os Estados Unidos devem alegar na terça-feira que o TIJ não tem competência para se pronunciar sobre o assunto.

Lusa

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