Economia

Eurofer denuncia "protecionismo descarado" dos EUA nas taxas sobre aço e alumínio

A Associação Europeia do Ferro (Eurofer) pediu esta quinta-feira à Comissão Europeia que adote medidas de salvaguarda face ao "protecionismo descarado" dos EUA, que decidiram aplicar taxas às importações de alumínio e aço da União Europeia (UE).

Vincent Kessler

"A medida dos EUA é protecionismo descarado, hoje é um mau dia para o comércio mundial", disse o diretor-real da Eurofer, Axel Egger, em comunicado.

"A UE tem que agir rapidamente para defender o maior mercado aberto de aço: o europeu", salientou, pedindo que sejam adotadas salvaguardas e sublinhando o apoio da Eurofer às respostas que a Comissão entenda adotar.

A UE anunciou que vai denunciar perante a Organização Mundial do Comércio (OMC) a decisão norte-americana de suspender a isenção dos direitos de importação de aço e alumínio e garantiu que irá responder de forma "proporcional".

"Os Estados Unidos não nos deixam agora outra escolha que não seja a de recorrer à resolução de litígios da OMC e à imposição de tarifas adicionais sobre diversas importações dos EUA. Vamos defender os interesses da União em total cumprimento da lei comercial internacional", declarou o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker.

Num comunicado divulgado em Bruxelas pela Comissão Europeia imediatamente após o anúncio de Washington, Juncker reafirma que, para a UE, "estas tarifas unilaterais dos EUA são injustificadas e em discordância com as regras da OMC".

"Isto é protecionismo puro e simples", declarou o presidente do executivo comunitário.

Também a comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmstrom, lamentou a decisão de hoje de Washington, afirmando que "hoje é um dia mau para o comércio mundial".

O Departamento do Comércio norte-americano suspendeu a isenção dos direitos de importação de aço e alumínio da UE, Canadá e México, numa decisão que dispara as tensões comerciais e provocará represálias dos parceiros.

"Decidimos não estender a exceção para a União Europeia, Canadá e Médico, pelo que estarão sujeitos a tarifas de 25% e 10%" na importação de aço e alumínio", respetivamente, indicou o secretário do Comércio norte-americano, Wilbur Ross, antes de terminar o prazo para a tomada de uma decisão sobre o assunto.

Lusa

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