"A evolução do resultado líquido reflete o aumento das receitas, com especial destaque para o crescimento de 5,3% na margem financeira e a menor necessidade de constituição de provisões, com incremento da rendibilidade recorrente", assinalou o presidente, António Vieira Monteiro, durante a conferência de imprensa de apresentação das contas.
A margem financeira estrita fixou-se nos 404 milhões de euros em setembro e a margem financeira ascendeu a 405,2 milhões de euros, enquanto o produto bancário e a atividade de seguros cresceram 5,5% para 692,6 milhões de euros.
O resultado de exploração avançou mais de 10% para 327,5 milhões de euros.
Já nas rubricas relativas a imparidades e provisões líquidas houve uma redução de 21% para 165,4 milhões de euros.
Quanto aos impostos, houve um aumento de 45,6% para 54,5 milhões de euros.
Os custos operacionais subiram 1,5% para 365,1 milhões de euros
Os rácios de capital foram reforçados para 14,9% ('core tier 1') e, levando em conta a implementação total das novas regras europeias, o 'common equity tier 1' atingiu os 12,5%.
"Em ambos os casos, a evolução dos rácios de 'core capital' [o capital mais puro] evidencia a capacidade do banco gerar organicamente capital e manter um 'payout' de dividendos de cerca de 50%", assinalou o Santander Totta.
Já o processo de desalavancagem prossegue o seu caminho, com o rácio de crédito sobre depósitos a atingir os 117,9% nos primeiros nove meses do ano.
Nota para a forte subida dos depósitos (8,2%), que passaram de 18,8 mil milhões de euros para 20,4 mil milhões de euros apenas durante o terceiro trimestre do ano.
Questionado sobre se esta evolução está relacionada com a situação que vive o Novo Banco - banco de transição que resultou da medida de resolução aplicada pelo Banco de Portugal ao Banco Espírito Santo (BES) -, Vieira Monteiro evitou fazer uma correspondência direta.
"Os depósitos crescem normalmente e isso deve-se à confiança que os clientes têm neste banco. Os nossos depósitos, tal como o nosso crédito, aumentam", comentou.
E acrescentou: "De onde vem ou não vem, para mim, não é importante. O importante é que venham".
O crédito a particulares caiu 3,3% para 14,9 mil milhões de euros e o crédito a empresas subiu 1% para 9,8 mil milhões de euros.
Nos resultados hoje apresentados, é notório o impacto das duas emissões de obrigações hipotecárias no valor de mil milhões de euros (a três anos) e de 750 milhões de euros (a cinco anos) que, conjugadas com a melhoria do 'gap' (diferencial) comercial, permitiram que o Santander Totta diminuísse o financiamento líquido obtido junto do Banco Central Europeu para um total de três mil milhões de euros, menos de metade face aos 6,2 mil milhões de euros registados em setembro de 2013.
"Temos uma sólida posição de capital e uma posição confortável de liquidez", assinalou Vieira Monteiro.
E concluiu: "Têm na vossa presença as contas de um banco que nunca deixou de ter resultados positivos e nunca deixou de distribuir dividendos, algo único na banca portuguesa".
Lusa