Economia

Gabinete anti-fraude da UE está a investigar Tecnoforma após queixa de Ana Gomes 

O gabinete da luta anti-fraude da União Europeia (OLAF) abriu uma investigação formal sobre o financiamento, com fundos comunitários, da empresa Tecnoforma, na sequência de uma queixa apresentada por Ana Gomes,  indicou à eurodeputada a Comissão Europeia. 

A deputada recordou hoje que, em dezembro de 2012, havia remetido o  "dossier" para averiguação das instâncias da UE na sequência das revelações  feitas pela imprensa portuguesa a propósito de alegada má gestão ou fraude  na aplicação de fundos  europeus  por parte da Tecnoforma, na altura em  que Miguel Relvas ocupava o cargo de Secretário de Estado da Administração  Local, e da organização não-governamental (ONG) Centro Português para a  Cooperação (CPPC), fundada pelo actual Primeiro-Ministro de Portugal, Pedro  Passos Coelho. 

Ana Gomes recebeu hoje uma carta do comissário europeu responsável pelo  Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão, entidade competente pela gestão do  Fundo Social Europeu, na qual László Andor indica que, em março passado,  a OLAF informou o executivo comunitário que efetivamente abriu uma investigação,  acrescentando que os seus serviços manter-se-ão em contacto com o gabinete  de luta anti-fraude para seguir o caso. 

Ana Gomes disse esperar que as autoridades europeias "façam o seu trabalho  e averiguem se houve ou não irregularidades sérias, tráfico de influências  ou uso fraudulento de dinheiros comunitários". 

"Interessa a todos, desde logo aos próprios protagonistas deste caso  e ao povo português, saber se o primeiro-ministro e um ex-membro do Governo  engendraram ou foram instrumentais num esquema de manipulação de fundos  europeus para benefício de uma empresa privada em projectos desprovidos  ou defraudantes do interesse público", declarou. 

A 22 de fevereiro passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) esclareceu  que Pedro Passos Coelho não está envolvido nos dois inquéritos judiciais  à empresa Tecnoforma, à qual o primeiro-ministro esteve ligado antes de  assumir as funções governativas. 

Em comunicado, a PGR referiu que, em resposta a um pedido de esclarecimento  de Pedro Passos Coelho, "correm termos dois inquéritos em segredo de justiça"  às "atividades da empresa Tecnoforma". 

Sublinhando que as investigações, "não correm, até à data, contra pessoa  determinada", a PGR acrescentou que um inquérito estava a ser investigado  pelo DIAP (Departamento de Investigação e Ação Penal) de Coimbra e que outro  se encontrava no DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação Penal).

     

Lusa

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