"O primeiro ponto que gostaria de realçar tem a ver com a confiança que se tem vindo a estabelecer entre as autoridades portuguesas e chinesas", sublinhou Pires Lima após um encontro de cerca de uma hora do Presidente português com um grupo de empresários chineses.
Essa "confiança", acrescentou o ministro português, "é uma base determinante para se poder concretizar negócios numa perspetiva de médio e longo prazo".
Pires de Lima, que esteve presente naquele encontro, destacou a recente "participação chinesa em projetos de investimentos muito relevantes" nas áreas da energia e dos seguros.
Nos últimos dois anos, duas grandes empresas estatais chinesas - a China Three Gorges e a China State Grid - investiram mais de 3 mil milhões de euros na EDP e na REN, respetivamente.
Em janeiro passado, o consórcio privado Fosun, com sede em Xangai, ofereceu mil milhões de euros pela compra de 80% da Caixa-Seguros.
No encontro com empresários chineses, entre os quais o presidente do Fosun, Guo Changchang, Portugal "apresentou com detalhe as futuras oportunidades de investimento" no país, indicou Pires de Lima.
Segundo adiantou, sem mais pormenores, as oportunidades estão relacionadas com o programa de privatizações, "mas também com um plano muito interessante de infraestruturas" concebido pelo governo português até 2020.
Pires de Lima manifestou ainda "grande satisfação e grande esperança" pelo aumento das exportações portuguesas para a China.
"Há quatro anos, a nossa relação comercial com a China era muito incipiente. Hoje, a China é o nosso 10. maior cliente", recordou.
Pelas contas portuguesas, em 2013, as exportações de Portugal para a China somaram 650 milhões de euros e já este ano poderão exceder os mil milhões de euros, referiu o ministro português.
Na declaração aos jornalistas, Pires de Lima qualificou a visita do presidente português à China como "um bom exemplo de diplomacia económica".
Uma centena de empresários - da banca, tecnologias de informação, agroalimentar e outros setores - acompanham Cavaco Silva.
É a primeira visita de um chefe de Estado português à China desde 2005 e, além de Xangai, inclui deslocações a Pequim e Macau.