Economia

Oposição confronta Governo com novas perdas de rendimento

A oposição acusou hoje o Governo de "devolver com uma mão e retirar com as duas" defendendo que na prática não vai ocorrer qualquer reposição de rendimentos com as medidas previstas no Documento de Estratégia Orçamental.

Grupo parlamentar do Partido Comunista Português (Lusa/Arquivo)
JOSE SENA GOULAO

Considerando que o documento apresentado pelo Governo "confirma o embuste  da saída da `troika" e consiste "numa declaração de guerra aos portugueses",  o deputado do PCP Paulo Sá defendeu que "não há qualquer reposição gradual  de rendimentos" e que o Governo "fala em devolver com uma mão mas na verdade  retira com as duas".  

"O que há é novos cortes nos salários que deviam agora ser devolvidos.  E a esses cortes há outras medidas de perda de rendimento, aumento das contribuições  para a previdência social, aumento da contribuição para a ADSE, redução  ou mesmo eliminação dos suplementos remuneratórios e alterações à tabela  remuneratória única", disse o deputado, na abertura de um debate de atualidade,  no Parlamento.  

Pelo Governo, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque afirmou  que os níveis remuneratórios "serão gradualmente repostos de forma compatível  com a manutenção dos objetivos orçamentais". 

"A existência de contas sustentadas impõe que a reposição seja sustentada.  Não há novos cortes sobre salários e pensões", defendeu Maria Luís Albuquerque.

Para o deputado do PS João Galamba, o Governo demonstrou, com o DEO  e com "sucessivas declarações" um "espetáculo degradante, de falta de credibilidade,  engano e desorientação". 

"Não diga que vai devolver porque há um enorme buraco negro que se chama  tabela remuneratória única", afirmou.  

Pelo BE, o deputado Pedro Filipe Soares acusou o Governo de "mentir  ao país", defendendo que "as medidas de facto incidem sobre salários, pensões  e mais impostos".  

"Se se taxasse a mentira do Governo nem precisava de aumentar o IVA",  ironizou. 

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