Considerando que o documento apresentado pelo Governo "confirma o embuste da saída da `troika" e consiste "numa declaração de guerra aos portugueses", o deputado do PCP Paulo Sá defendeu que "não há qualquer reposição gradual de rendimentos" e que o Governo "fala em devolver com uma mão mas na verdade retira com as duas".
"O que há é novos cortes nos salários que deviam agora ser devolvidos. E a esses cortes há outras medidas de perda de rendimento, aumento das contribuições para a previdência social, aumento da contribuição para a ADSE, redução ou mesmo eliminação dos suplementos remuneratórios e alterações à tabela remuneratória única", disse o deputado, na abertura de um debate de atualidade, no Parlamento.
Pelo Governo, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque afirmou que os níveis remuneratórios "serão gradualmente repostos de forma compatível com a manutenção dos objetivos orçamentais".
"A existência de contas sustentadas impõe que a reposição seja sustentada. Não há novos cortes sobre salários e pensões", defendeu Maria Luís Albuquerque.
Para o deputado do PS João Galamba, o Governo demonstrou, com o DEO e com "sucessivas declarações" um "espetáculo degradante, de falta de credibilidade, engano e desorientação".
"Não diga que vai devolver porque há um enorme buraco negro que se chama tabela remuneratória única", afirmou.
Pelo BE, o deputado Pedro Filipe Soares acusou o Governo de "mentir ao país", defendendo que "as medidas de facto incidem sobre salários, pensões e mais impostos".
"Se se taxasse a mentira do Governo nem precisava de aumentar o IVA", ironizou.