Economia

Martifer pode criar mil postos de trabalho nos Estaleiros de Viana até 2018

O presidente da Martifer diz que nos próximos cinco anos a empresa pode vir a criar mais de mil postos de trabalho nos Estaleiros de Viana do Castelo. Em entrevista publicada hoje no Diário Económico, Carlos Martins garante para já 400 lugares e encomendas com a América Latina e África. A empresa que garantiu a subconcessão dos terrenos, infraestruturas e equipamentos dos Estaleiros de Viana do Castelo está a desenvolver parcerias com dois estaleiros fora de Portugal, um  na América Latina e outro no Norte de África para construção e reparação  naval.

Lusa
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Apesar de se escusar a revelar o montante das encomendas, o empresário  adianta que com os novos contratos podem criar "mais de 1.000 postos de  trabalho num prazo de cinco anos". 

"Estamos em fase final de novos contratos, que nos permitem uma carteira  de encomendas confortável e que nos permite garantir de imediato a criação  de 400 postos de trabalho", explicou ao DE. 

Carlos Martins garante que vai "tentar recuperar o máximo de trabalhadores"  dos Estaleiros de Viana porque "eles sabem da arte". 

"Os que quiserem trabalhar connosco serão bem-vindos e pensamos que  são a maioria", afirmou o presidente da Martifer, mostrando-se confiante  que a questão dos 609 trabalhadores dos Estaleiros de Viana do Castelo "não  seja difícil de resolver". 

De acordo com Carlos Martins, as encomendas serão provenientes de fora  de Portugal, apesar de continuarem a trabalhar para a Douro Azul, uma vez  que quer colocar os Estaleiros de Viana "no circuito internacional de reparação".

O grupo Martifer anunciou que vai assumir em janeiro a subconcessão  dos terrenos, infraestruturas e equipamentos dos ENVC, pagando ao Estado  uma renda anual de 415 mil euros, até 2031, conforme concurso público internacional  que venceu. 

O empresário mostrou-se ainda esperançoso de que os estaleiros sejam  rentáveis "logo no primeiro ano". 

A nova empresa West Sea deverá recrutar 400 dos atuais 609 trabalhadores,  que estão a ser convidados a aderir a um plano de rescisões amigáveis que  vai custar 30,1 milhões de euros, suportado com recursos públicos. 

Esta foi a solução definida pelo Governo português para evitar a devolução  de 181 milhões de euros de ajudas públicas não declaradas à Comissão Europeia,  no âmbito de uma investigação lançada por Bruxelas. 

Ao longo de 69 anos de atividade, os ENVC já construíram mais de 220  navios, mas apresentam hoje um passivo superior a 300 milhões de euros.

Com Lusa

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