Enquanto as perspetivas do 'rating' de Espanha foram melhoradas devido às previsões de que o crescimento económico da quarta maior economia da zona euro seja sustentado pelo aumento das exportações, a retirada da nota máxima à Holanda foi motivada pelas más perspetivas de crescimento.
Com a melhoria das perspetivas do crescimento da economia espanhola, o país passa ter o mesmo 'rating' da S&P de "BBB-" mas com perspetiva "estável" em vez de "negativa".
Depois da Holanda ter perdido hoje a notação de 'rating' máxima de "AAA" da S&P, os únicos três países da zona euro que a mantêm são a Alemanha, o Luxemburgo e a Finlândia.
Num comunicado, a agência de 'rating' norte-americana justifica a medida em relação a Espanha pela estabilização dos indicadores da qualidade creditícia do país resultante das reformas orçamentais e estruturais, bem como das políticas de apoio da zona euro.
A qualidade creditícia de Espanha está a estabilizar-se e por isso os analistas consideram que a probabilidade de que a notação de Espanha suba ou desça nos próximos anos caiu para 30%, refere a S&P no comunicado.
Para a S&P, a economia espanhola é agora "diversificada e próspera" graças à agenda de reformas financeira, fiscal e estrutural do governo, apesar do atual 'rating' ainda ter implícitos os altos níveis de dívida externa tanto do setor público como do privado.
Em relação às perspetivas de crescimento para os próximos anos, a S&P refere que estas são limitadas devido às "inflexibilidades" nalguns setores de atividade como o laboral.
Relativamente à Holanda, a S&P alega que a nota máxima foi retirada devido à previsão de um crescimento de apenas 0,5% em 2014 e uma recuperação muito progressiva em 2015 e 2016.
Segundo a agência norteamericana, a atividade económica na Holanda não vai regressar aos níveis previos à crise até 2017 porque o aumento das exportações não é suficiente para compensar a queda da procura interna.
Além de sustentar que a situação resulta da alta dívida hipotecária das famílias e do crescente desemprego, a S&P dúvida que a política de fortes cortes orçamentais que está a ser adotada pelo governo holandês continue a ter o apoio da oposição no futuro, o que poderá ter consequências no nível do défice.
Durante a crise a economia holandesa caraterizou-se por ser um dos países mais cumpridores e rigorosos em matéria orçamental.
Lusa