O presidente do FC Porto, André Villas-Boas, admitiu esta terça-feira estar a analisar a possibilidade de avançar com uma providência cautelar, na sequência do reagendamento pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) do jogo no terreno do Arouca.
À margem da assinatura de um protocolo para o desporto adaptado com a Santa Casa da Misericórdia do Porto e o Centro de Reabilitação do Norte, da Unidade Local de Saúde de Gaia e Espinho, o líder do FC Porto abordou vários temas da atualidade do clube e do futebol português.
A propósito do encontro da sétima jornada - inicialmente marcado para domingo, mas adiado para segunda-feira -, o líder 'azul e branco' admite que o clube pode tentar, com este instrumento jurídico, suspender a realização da partida na data que considera "ilegal" à luz dos regulamentos.
"Para o FC Porto, o que aconteceu é uma quebra, uma ilegalidade e uma diferente interpretação do regulamento das competições. Estamos a analisar as possibilidades de providência cautelar, é uma consideração que estamos a ter, mas também tendo em conta a imprevisibilidade da data de resposta do Tribunal Arbitral do Desporto. Se essa providência não tiver a eficácia que queremos que tenha, pode causar distúrbios na preparação do jogo com o Arouca", analisou.
O encontro estava inicialmente previsto para domingo, mas coincide com a realização da Feira das Colheitas, evento que atrai milhares de visitantes àquela vila do distrito de Aveiro, com a autarquia local e a Polícia de Segurança Pública (PSP) a alertarem para questões de segurança e a pedirem o reagendamento do mesmo.
Villas-Boas reforçou as críticas à LPFP que já haviam sido dirigidas pelos 'dragões' em comunicado, lembrando que o facto de o plantel ter apenas três dias de espaçamento para o encontro seguinte, frente ao Estrela Vermelha, na Liga Europa, prejudica também o futebol português no seu todo.
"A distância curta entre os jogos, a falta de respeito pelas horas necessárias para um jogo europeu é algo que leza o FC Porto e, evidentemente, a posição portuguesa no coeficiente do 'ranking' de países da UEFA. Parece-nos claro que se torna cada vez mais difícil ambicionar o sexto lugar e que temos o nosso próprio sétimo lugar em risco", constatou, mas deixando claro, ainda assim, que os 'azuis e brancos' têm o compromisso de se apresentar na "máxima força", caso não se verifique a alteração.
A LPFP, também em comunicado, publicado na passada quinta-feira, esclareceu que se viu obrigada a proceder ao reagendamento, garantindo que a decisão está suportada pelo regulamento de competições da prova.
O organismo assegura que a "ausência de condições mínimas de segurança" notificada constitui motivo de força maior e obedeceu aos procedimentos prévios de auscultação das sociedades desportivas e entidades públicas envolvidas.
Na quarta-feira, a LPFP comunicou o adiamento da visita do FC Porto ao Arouca de 28 para 29 de setembro, por troca com o jogo entre Famalicão e Rio Ave, ambos da sétima ronda do campeonato, cenário que motivou fortes críticas de 'dragões' e vila-condenses.
Com LUSA