Os investigadores da operação “Bilhete Dourado”, que no domingo motivou buscas no FC Porto, seguiram os passos aos Super Dragões em seis jogos dos portistas em casa. Acreditam que os dirigentes da claque vendiam os bilhetes e ficavam com o dinheiro, com a conivência do clube.
Um dos focos de atenção foi um contentor dos Super Dragões, junto ao estádio, que funcionava como se fosse uma bilheteira oficial.
Logo a 21 de fevereiro, dia de FC Porto - Arsenal para a Liga dos Campeões, ficou claro para os investigadores que a venda de bilhetes continuava, mesmo com Fernando Madureira, conhecido por Macaco Líder, em prisão preventiva, e a mulher, Sandra, proibida de contactar com elementos dos Super Dragões.
O papel principal foi assumido pela filha do casal: Catarina Madureira, de 26 anos. Foi contactada por dezenas de pessoas a quem entregou os bilhetes a troco de dinheiro, transações que foram registadas pelos investigadores.
O processo estava tão sistematizado que havia até um número de telefone com um grupo do Whatsapp que funcionava como "balcão" para pedir e pagar os bilhetes. Tudo pago com códigos de levantamento MB Way.
Também em abril, nos dias de FC Porto - Famalicão e FC Porto - Sporting outros quatro elementos dos órgãos sociais dos Super Dragões foram apanhados a vender bilhetes acima do valor facial, o que é ilegal.
Os investigadores consideram que a venda irregular de bilhetes lesa claramente o emblema ”azul e branco", mas acreditam que o esquema é "conhecido e aceite" no seio do clube como moeda de troca pelo apoio da claque.
A investigação quer perceber se o dinheiro da venda era entregue ao FC Porto ou se ficava com os dirigentes dos Super Dragões.