Artur Jorge, antigo jogador, selecionador português e treinador campeão europeu pelo FC Porto, morreu aos 78 anos, anunciou a família em comunicado, esta quinta-feira. Ribeiro Cristóvão, comentador da SIC, lembra o percurso do antigo selecionador nacional que deixou marcas no futebol português.
“Artur Jorge deixa uma marca muito forte no futebol português como jogador e sobretudo como treinador”, começa por referir Ribeiro Cristóvão e destaca "a excelente carreira na Liga dos Campeões europeus, ainda nessa altura Taça dos Campeões Europeus, na época de 86/87, quando o FC Porto frente ao poderoso Bayern conseguiu vencer e trazer a taça para Portugal. Foi um momento ímpar na história do futebol português".
“Lembro-me de na véspera me ter dito que era difícil, mas não impossível. Achei alguma graça porque me parecia que o gigante Bayern iria ter alguma facilidade em vencer o FC Porto, mas a verdade é que tal não aconteceu”, recorda o comentador da SIC.
Artur Jorge tornou-se, assim, “o primeiro treinador português a vencer a Taça dos Campões Europeus, aliás o único, porque quando Mourinho conquistou o título já se chamava Liga dos Campeões Europeus”.
Ribeiro Cristóvão lembra que, apesar de ter passado por outros clubes, foi na Académica e no Benfica que Artur Jorge “tomou nome e se celebrizou”.
“Não era um homem de muitas palavras, era um cavalheiro, único e diferente, sabia estar connosco, sabia dar uma palavras, mas sempre muito reservado”, descreve o comentador, que realça a postura do treinador no relacionamento com os jornalistas.
Numa conferência de imprensa no final de um jogo em que o FC Porto tinha perdido, Artur Jorge disse que “as vitórias são sempre justas”, uma frase que Ribeiro Cristóvão não esquece.
“Fica a lenda de Artur Jorge, um homem ímpar, muito reservado, um cavalheiro (…) Veio de Coimbra, com uma formação diferente, era um intelectual, nem sempre muito bem compreendido por isso”, sublinha o comentador da SIC.
A concluir, o comentador destaca como a principal marca deixada por Artur Jorge no futebol português, “a forma delicada e honrada com que serviu o futebol, nunca perdendo o respeito do seus pares, esteve no futebol de forma diferente”.