Num primeiro momento, Pinto da Costa recusou comentar o caso César Boaventura, condenado por ter tentado subornar jogadores do Rio Ave para perderem contra o Benfica. Mas o líder do FC Porto, afinal, falou, atacando não só as “águias”, mas também o presidente dos “leões”.
Para o presidente portista, é incompreensível o silêncio de Frederico Varandas em relação ao caso de corrupção desportiva no futebol português.
"O FC Porto segue este e outros casos com atenção e não deixará de denunciar todos os atos ilícitos que desvirtuem a verdade desportiva e cheguem ao seu conhecimento. Por mim, nunca nos calaremos. Só me espanta que perante coisas como estas muitos, como o presidente do Sporting, optem pelo silêncio", atirou Pinto da Costa, em texto publicado na revista Dragões.
O empresário de futebol César Boaventura foi condenado, esta quarta-feira, pelo Tribunal de Matosinhos, a uma pena de prisão cumulativa de três anos e quatro meses, com execução suspensa, por três crimes de corrupção ativa no desporto. No entanto, a FPF e a Liga Portugal arquivaram os autos que envolviam Benfica e Sporting.
Há poucos dias um empresário foi condenado em tribunal por praticar atos de corrupção desportiva a favor do Benfica. O clube não foi envolvido no caso, mas segundo o tribunal ficou mesmo provado que aqueles atos aconteceram. Ficámos a saber que em 2015/16 houve jogadores de pelo menos dois clubes abordados para perderem de propósito contra o Benfica. Ficaram dúvidas no ar: foram os únicos? Houve outros casos que não foram descobertos? Aquele empresário interessou-se exclusivamente por aqueles dois jogos? Não interferiu ou procurou interferir em qualquer outro, seja daquela época ou não?" - questionou o presidente do FC Porto.
E as contas do FC Porto?
Pinto da Costa fez ainda um balanço das contas do clube no primeiro semestre de 2023/2024, que deram lucro de 35 milhões de euros, ainda com os capitais próprios negativos a 8,5 milhões, algo que poderá ser ultrapassado com a Liga dos Campeões.
“O primeiro semestre desta temporada representa um ponto de viragem na situação financeira do FC Porto. O resultado do exercício é muito positivo e a evolução dos capitais próprios foi extraordinária. Ao contrário do que pretendíamos, ainda estão ligeiramente negativos, mas houve uma recuperação na ordem dos 170 milhões de euros”.