Mapi Leon e Patri Guijarro mantiveram a sua posição e abandonaram o estágio da seleção espanhola de futebol depois de terem sido chamadas por Montse Tomé para defenderem as cores da "La Roja" no duplo compromisso a contar para a Liga das Nações.
As duas futebolistas espanholas não estiveram no Mundial de futebol feminino, que teve lugar na Austrália e na Nova Zelândia, no mês passado, mas foram as duas únicas jogadoras que abandonaram a concentração da equipa de Espanha.
"É verdade que a situação para mim e para a Patri é diferente da do resto das nossas companheiras de equipa, sabemos que não foi a forma correta de regressar porque no final do dia não estamos em posição de dizer 'agora estás de volta', não, é um processo", afirmou Mapi Leon aos meios de comunicação social espanhóis à saída do hotel em Oliva, perto de Valência, onde decorre o estágio da equipa.
A atleta acrescentou que ambas estão felizes pelo facto de a situação em torno da Federação Espanhola e, mais concretamente, da seleção feminina estar a mudar e que apoiam "totalmente" as restantes companheiras que decidiram integrar o estágio.
"É muito difícil e muito duro e, pessoalmente, é óbvio que mentalmente não estamos em condições de estar aqui", explicou Patri Guijarro aos jornalistas.
Apesar da decisão, não serão sancionadas
As duas futebolistas que atuam pelo Barcelona não serão sancionadas, tal como ficou acordado durante as negociações - que terminaram já durante a madrugada desta quarta-feira - entre o presidente do Conselho Superior do Desporto de Espanha, Víctor Francos, as internacionais e vários membros da Real Federação Espanhola de Futebol.
Depois dessa mesma reunião, o presidente do Conselho Superior do Desporto anunciou que a grande maioria das jogadoras iria reintegrar os trabalhos da seleção, que vive momentos conturbados desde a conquista do título mundial.
Victor Franco garantiu também que foram feitos uma série de acordos que permitiram a reintegração das jogadoras, e indicou que "das 23 jogadoras convocadas, duas pediram para abandonar o estágio por razões (...) de desconforto pessoal".
Mapi León e Patri Guijarro, ambas do FC Barcelona, estão entre as 15 jogadoras que há cerca de um ano pediram dispensa da seleção, alegando questões de saúde mental e criticando o comportamento "ditatorial" do então selecionador, Jorge Vilda.