Desporto

Equipa médica acusada de homicídio doloso de Diego Maradona

Ministério Público argentino entende que os médicos e os cuidadores não fizeram nada para a evitar a morte de Maradona.

Massimo Sambucetti

SIC Notícias

Lusa

As sete pessoas indiciadas pela morte do ex-futebolista argentino Diego Maradona, até agora acusadas de homicídio involuntário, vão responder por homicídio doloso e incorrem em penas de prisão de oito a 25 anos, refere hoje fonte judicial.

Com esta mudança de qualificação, o Ministério Público argentino entende que a morte de Diego Maradona, 25 em novembro de 2020, aos 60 anos, não é fruto de falha profissional ou negligência da equipa clínica, mas que os médicos e os cuidadores não fizeram nada para a evitar.

O agravamento das acusações está ligado à publicação, no início de maio, de um relatório pericial, que concluiu que Maradona tinha sido "abandonado à própria sorte" pela equipa de saúde, cujo tratamento "inadequado, deficiente e temerário" levou a uma agonia lenta.

"Foram ignorados os sinais de perigo de morte que apresentava", estimam ainda os vinte especialistas, entre os patologistas forenses que realizaram a autópsia e especialistas de várias disciplinas médicas, e os cuidados de enfermagem prestados foram "marcados por deficiências e irregularidades".

Diego Armando Maradona, que treinava o Gimnasia de La Plata, morreu a 25 de novembro do ano passado, aos 60 anos, após sofrer uma paragem cardíaca na sua vivenda em Tigre, na província de Buenos Aires.

No início desse mês, o antigo futebolista tinha dado entrada num hospital de Buenos Aires, anémico, desidratado e deprimido, e acabou por ser operado, com sucesso, a um hematoma subdural, que foi detetado durante um 'check-up'.

A carreira de Maradona enquanto futebolista, de 1976 a 1997, ficou marcada pela conquista, pela Argentina, do Mundial de 1986, no México, e os dois títulos italianos e a Taça UEFA vencidos ao serviço dos italianos do Nápoles.

Milhares nas ruas da Argentina exigem justiça pela morte de Diego Maradona

Milhares de pessoas juntaram-se nas ruas de Buenos Aires, na Argentina, em meados de março, para exigir justiça pela morte de Diego Maradona. Acreditam que morreu por negligência médica.

Entre a multidão estiveram familiares do craque, como a ex-mulher e duas das filhas, que acabaram por ter de se refugir num hotel para fugirem a jornalistas e ao ânimo dos fãs.

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