"Os procedimentos disciplinares foram abertos", disse um porta-voz da FIFA à agência AFP, escusando-se a fazer mais comentários sobre o assunto.
Após a vitória sobre a Islândia por 2-0, Simunic apossou-se do microfone do estádio Maksimir de Zagreb e gritou por quatro vezes "Pela pátria" (Za Dom), a que os adeptos respondiam "Sempre" (Spremmi).
Estes "slogans" remontam ao tempo em que a Croácia era aliada da Alemanha nazi, na Segunda Guerra Mundial. O regime ustache, de forte influência fascista, dominou a Croácia de 1941 a 1945 e foi responsável pela execução de centenas de milhares de sérvios, judeus, croatas e ciganos, nos campos de concentração no país.
Simunic, de 35 anos e nascido na Austrália, afirmou que o seu gesto foi unicamente motivado "pelo amor ao povo e à sua pátria".
"É a única razão que me levou a um momento de grande emoção e é por isso que comecei a gritar com os adeptos", explicou o capitão do Dínamo de Zagreb, em comunicado, negando "qualquer conotação política" e reforçando que "esses cânticos não eram inspirados pelo ódio".
A federação de futebol croata (HNS) por várias ocasiões já condenou o comportamento pró-Nazi de alguns adeptos, que já levou a FIFA a associação filiada várias vezes.
Na quinta-feira, o futebolista foi multado em cerca de 3.500 euros pela procuradoria de Zagreb, devido a este "comportamento fascista", salientando que o jogador sabia que o que este cântico simbolizava uma saudação oficial do regime totalitário croata.
O comportamento de Simunic já foi condenado pelo presidente Ivo Josipovic, pelo governo e pelo líder servo-croata Milorad Pupovac.
A federação croata também considerou "inapropriado o comportamento", assegurando que vai agir em conformidade com os seus regulamentos.
Lusa