Cultura

Porquê filmar um concerto se nunca vai ver o vídeo? Há quem sofra de "nomofobia"

No ano passado foram gastos mais de 8TB de dados durante os três dias do festival MEO Marés Vivas, o equivalente ao uso diário normal numa cidade como Aveiro.

André Pacheco

José Vaio

Marisabel Neto

Os 30 hectares do recinto do MEO Marés Vivas têm cobertura de internet, garantida pela rede de wi-fi de acesso livre para os festivaleiros. É um elemento essencial para o público que não abdica do telemóvel para registar todos os momentos do festival.

Os Scorpions podem ter sido a razão principal para 40 mil pessoas terem preenchido o recinto do MEO Marés Vivas no primeiro dia, mas a experiência aqui, e em praticamente todos os festivais e concertos de hoje em dia, dificilmente é vivida sem ser através dos ecrãs dos telemóveis que filmam os melhores momentos... e tapam parte da visão de quem quer ver as atuações.

Uma tendência generalizada no antigo parque de campismo da Madalena, em Vila Nova de Gaia, e não só. A vontade de registar a presença no festival para os seguidores digitais não demora a ser satisfeita logo na entrada do recinto, com fotografias e vídeos para guardar ou partilhar nas redes sociais.

É uma necessidade constante, de tal maneira que é raro o festival com a dimensão do Marés Vivas que não prepare várias infraestruturas para prevenir o que já é caracterizado como "nomofobia", ou seja, a fobia de não ter o telemóvel.

No ano passado foram gastos mais de 8TB de dados durante os três dias do festival, o equivalente ao uso diário normal numa cidade como Aveiro.

Metade disso foi garantida pela rede wi-fi gratuita no recinto, que vai continuar a impedir que os milhares de festivaleiros do Marés Vivas sofram de nomofobia... enquanto durar a bateria.

Últimas