Em 54 anos de vida é dos artistas com mais mudanças de nomes. Nasceu no bairro de Harlem. em Nova Iorque, enquanto Sean Combs. Nasceu para o rap como 'Puff Daddy', depois 'P. Diddy' e a seguir pediu para ser tratado apenas por 'Diddy' até mudar para 'Luv' e voltar a 'Puffy'. Mas os acontecimentos recentes revelam que as transfigurações foram só na identidade, já que afinal Sean Combs há anos que é sempre igual em privado.
A provar-se o que dizem as vítimas é um homem violento, manipulador, viciado em substâncias intoxicantes e em festas sexuais a que obrigaria homens e mulheres a participar.
A primeira denúncia foi feita em novembro do ano passado por Cassandra Ventura, cantora e modelo mais conhecida por Cassie, que namorou mais de uma década com Combs. A cantora acusou o rapper de violações e espancamentos praticados com a conivência de assistentes e amigos de Sean.
O artista negou as acusações. Um mês depois mais mulheres avançaram para a justiça e denunciaram abusos sexuais. Uma delas era menor e tinha 17 anos, na altura dos alegados factos. Sean Combs não só voltou a negar como se revoltou contra o que disse serem as acusações injustas de mulheres em busca de dinheiro.
Já este ano, em fevereiro, a acusação veio de um homem. Um produtor musical que acusa o cantor de o tentar forçar a ter sexo com outro homem. Esta denúncia começa a levantar o véu sobre acusações relacionadas como loucas festas de vários dias em que as drogas facilitariam a prática indesejada de sexo.
O polémico vídeo que correu mundo
Em maio, Sean Combs sai do estado de negação da culpa quando um vídeo de 2016, em que agride a então companheira Cassie, é divulgado pela comunicação social. O artista pede desculpa pelo que diz ser o reflexo de um período mau de abuso de substâncias.
Mas os processos não param e entre maio e setembro aparecem vítimas de alegadas festas, onde homens e mulheres eram drogados e manipulados para praticar sexo, sendo essas pessoas depois tratadas para recuperarem das mazelas sofridas durante as orgias.
O império de crimes sexuais
A 16 de setembro, Sean Combs é detido sem direito a sair sob fiança, tendo o juiz considerado que em liberdade, mesmo condicional e vigiada, Combs poderia voltar a tentar contactar vítimas para as forçar a não denunciar o que viveram nas festas conhecidas por 'Freak Offs' - uma expressão de calão que se refere a masturbação e práticas sexuais não convencionais ou desviantes.
Já na prisão a aguardar julgamento por tráfico sexual, extorsão, rapto, trabalho forçado e suborno, entre uma dezena de outros crimes, outras 11 mulheres avançaram com queixas de violação e um processo movido por mais de uma centena de pessoas deu entrada nos tribunais.
Neste ação coletiva, Sean Combs é acusado de abuso sexual, violação e exploração sexual de 120 pessoas- homens, mulheres, 25 menores e uma criança que tinha 9 anos na altura dos acontecimentos. Todos alegadas vítimas das orgias organizadas por Sean Combs e em que participaram, diz-se, dezenas de celebridades.
Até agora, as superestrelas não defenderam Combs ou as vítimas e nem admitiram se participaram nas festas num incómodo silêncio em que só de ouve o rapper reclamar inocência.