Lídia Jorge foi distinguida na Guarda. A escritora, que é também conselheira de Estado, recebeu o prémio Eduardo Lourenço e falou sobre o momento atual do país.
O dia foi intenso. Lídia Jorge ouviu poesia dita por alunos e só depois recebeu o prémio Eduardo Lourenço. Tudo na biblioteca com o nome do ensaísta, cuja amizade transcende a morte em dezembro de 2020.
“Sinto-me muito feliz e muito honrada por ter este prémio com o nome de Eduardo Lourenço”, descreveu a escritora.
O júri decidiu-se por duas candidaturas convergentes. Uma das escritoras, Hélia Correia e Anabela Mota Ribeiro, e outra da Universidade de Salamanca. Num ano de glória em que Lídia Jorge já recebeu, entre outros, o Médicis e o prémio literário Urbano Tavares Rodrigues.
Ao poeta do pensamento, como lhe chamou, Lídia Jorge dedicou palavras e lágrimas. À biblioteca da Guarda pode entregar os postais que do amigo Eduardo Lourenço.
A Guarda protagoniza as comemorações do centenário do ensaísta Eduardo Lourenço até maio do ano que vem. A atribuição do prémio, que vale 7.500 euros, estava no calendário que rende homenagem ao patrono literário da cidade.
Também a visão da conselheira de Estado sobre o país real também ficou registada, considerando esta fase um “momento delicado”.
O prémio Eduardo Lourenço pode, em futuras edições, passar as fronteiras da Península Ibérica e abarcar a América do sul e os países de língua oficial portuguesa.