Cultura

Recordar José Saramago que nasceu há 101 anos

Há 25 anos, José Saramago era distinguido com um dos mais importantes prémios literários: o Nobel da Literatura. Foi autor de mais de 40 obras e tem livros publicados em mais de 60 países.

Cristiana Reis

Margarida Martins

Foi das mãos do rei sueco Carl Gustaf que José Saramago recebeu, aos 76 anos, o diploma e a medalha que o consagraram como o primeiro escritor de língua portuguesa a ganhar o Nobel da Literatura. Estávamos em 1998. O momento acabou por se tornar marcante para o autor, mas também, para o país.

Para a distinção muito contribuíram obras como "Ensaio Sobre a Cegueira", romance publicado em 1995 e traduzido para diversas línguas. A importância do que foi escrito viria a ter outro destaque, 10 anos depois, aquando da adaptação para o cinema pelo realizador brasileiro Fernando Meirelles.

Em 1995, outro reconhecimento: o Prémio Camões, o mais importante da língua portuguesa.

A carreira literária começou com o romance "Terra do Pecado", em 1947, no mesmo ano em que foi pai. Por esta altura, ainda não se dedicava apenas à escrita. Era empregado administrativo num organismo da segurança social. No final dos anos 50, aproximou-se das letras e começou a trabalhar numa editora. Para além disso, foi jornalista.

Nasceu na vila de Azinhaga, filho de pais camponeses. Viviam com dificuldades e apenas quando Saramago tinha 13 ou 14 anos, tiveram uma casa não partilhada, só para a família.

Casou três vezes, a última com Pilar del Rio com quem se mudou para Lanzarote, em Espanha. Deixou Portugal zangado. A ida definitiva foi impulsionada por uma difícil relação com a igreja, depois da polémica com a publicação de "O Evangelho Segundo Jesus Cristo". O livro foi, ainda, retirado da lista de romances candidatos a um prémio literário europeu pelo Governo de então, por considerar que ofendia a moral cristã.

O escritor morreu em 2010, três anos depois de ter sido criada, em Lisboa, uma Fundação com o nome José Saramago. Dentro do edifício faz-se a continuação de um legado que começou a 16 de novembro de 1922. Se fosse vivo, Saramago teria hoje 101 anos.

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