Dois meses depois de ter dito adeus aos palcos, a lendária cantora portuguesa, Simone de Oliveira foi condecorada, esta sexta-feira, pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito.
O palco do Coliseu de Lisboa foi o palco, no final de março, da despedida da vida artística de Simone de Oliveira. Aos 84 anos, 65 de carreira, a artista interpretou pela última vez a “Desfolhada” para uma plateia esgotada no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
“Acabei o meu percurso hoje ao fim de 65 anos, chega. Quero acabar tranquilamente, ter vida para estar com os meus filhos e netos. Sei que devo isto aos poetas, músicos, naturalmente a algum trabalho que tive, algumas gargalhadas e lágrimas que chorei. Mas sobretudo devo-vos a vocês, ao povo e gente deste país”, afirmou no final do concerto de adeus aos palcos.
Esta sexta-feira, quase dois meses depois, Simone de Oliveira foi condecorada. O Presidente da República atribuiu à cantora a Grã-Cruz da Ordem do Mérito.
Em 1969, Simone de Oliveira ganhou pela segunda vez o Festival RTP da Canção com “Desfolhada Portuguesa”, com a qual representa Portugal no Festival da Eurovisão, em Madrid.
Embora tenha um repertório com mais de 400 canções, Simone de Oliveira será sempre recordada como a mulher que, em 1969, em pleno Estado Novo, cantou na televisão que “quem faz um filho, fá-lo por gosto”.
No final desse ano perdeu a voz. Simone de Oliveira fez então jornalismo, rádio, locução de continuidade e apresentou um concurso Miss Portugal e espetáculos no Casino Peninsular da Figueira da Foz.
A intérprete de “Sol de inverno”, entretanto, recuperou a voz, gravou um disco com temas de autoria de José Cid, e em 1973 voltou a concorrer ao Festival RTP com “Apenas o meu povo”, conquistando o Prémio de Interpretação.
COM LUSA
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