"Trata-se da chamada 'unidade negra' de Berkut, destinada a operações especiais", disse hoje o procurador-geral da Ucrânia, Oleg Majnitski, aos jornalistas.
O corpo da polícia antimotim Berkut (Águia Dourada), utilizado na repressão dos protestos populares que provocaram a queda do regime de Viktor Ianukovich, foi dissolvido poucos dias depois dos confrontos.
Oleg Majnitski explicou que foram dadas armas de fogo real, incluindo espingardas automáticas Kalashnikov, aos membros dessa "unidade negra".
As restantes unidades da polícia antimotim Berkut que se envolveram em confrontos com os manifestantes no centro da capital ucraniana durante os distúrbios que ocorreram entre 18 e 20 de fevereiro "não receberam armas de fogo", complementou o procurador-geral adjunto, Alexei Baganets.
"As armas apenas foram entregues à unidade especial. O seu objetivo, como garantem agora, apesar de não acreditarmos, era defenderem-se dos manifestantes para permitir a retirada das forças principais de Berkut, que estavam desarmados", aditou.
Caso sejam considerados culpados das acusações que lhes são imputadas, os suspeitos arriscam pena de prisão perpétua.
Mais de cem pessoas morreram no centro de Kiev durante a revolta popular, que teve lugar no final de fevereiro, a maioria das quais vítimas de disparos de francoatiradores colocados em vários edifícios junto a Maidan, como é conhecida a praça que se tornou no epicentro dos protestos contra Viktor Ianukovich.
Lusa