O principal dirigente da ONU disse que a realidade preocupante exigiria substanciais melhorias na cooperação internacional.
À semelhança de outros oradores, Ki-moon previu o crescimento do recurso à energia nuclear, visto como inevitável num mundo sequioso de energia.
" Para muitos, a energia nuclear aparece como sendo relativamente limpa e uma escolha lógica numa era de crescente escassez de recursos. Mas a história obriga-nos a fazer perguntas dolorosas: Calculámos corretamente os riscos e custos? Estamos a fazer tudo o que podemos para manter as pessoas em segurança?", questionou o secretário-geral da ONU.
Ao dar ele próprio a resposta, Ki-moon disse: " A verdade infeliz é que provavelmente iremos assistir a mais desastres destes".
Fukushima com zona interdita
O alerta de Ban Ki-moon surge no mesmo dia em que o Governo japonês decretou zona interdita a área de evacuação no raio de 20 quilómetros em redor da central nuclear acidentada de Fukushima.
A interdição, que deverá tornar-se efetiva na noite de hoje para sexta-feira, visa permitir um controlo eficaz da zona.
Ao inspecionar vários milhares de casas, a polícia descobriu que mais de 60 famílias continuavam ali a viver, apesar dos riscos ligados às radiações.
A operadora da central, o grupo Tokyo Electric Power (TEPCO), calcula que serão ainda necessários cerca de três meses para começar a reduzir a radioatividade e entre seis a nove meses para arrefecer os reatores.