Sismo no Japão

Japão repete os mesmos erros da Ucrânia após a catástrofe de Chernobyl

O director do Centro Científico de Medicina Radiológica ucraniano, Vladimir Bebechko, considerou que o Japão está a cometer hoje os mesmos erros no campo da medicina que a Ucrânia, depois da catástrofe de Chernobyl.

"As lições de Chernobyl não chegaram nem sequer ao Japão, que hoje comete os mesmos erros. Isto não obstante ser um dos países mais ricos do mundo e uma das nações mais disciplinadas", declarou numa mesa-redonda por ocasião do 25º aniversário da catástrofe nuclear ucraniana.



A explosão no quarto reator da Central Nuclear de Chernobyl (norte), considerado o maior desastre na história da energia atómica, ocorreu a 26 de abril de 1986 e provocou fugas de radioatividade que poluíram numerosas regiões da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia.



O médico ucraniano apontou como o maior erro dos japoneses o excessivo heroísmo atribuído aos trabalhos de liquidação das consequências da avaria na Central Nuclear de Fukushima, sublinhando que "neles é utilizado um número maior de salvadores do que o necessário".



"Daí que, não obstante o alto nível de civilização do país e o profissionalismo na abordagem da liquidação da avaria, a envergadura das consequências será significativamente maior do que poderia ser",
precisou em declarações à Agência Lusa.



Segundo Vladimir Bebechko, é impossível passar sem atos de heroísmo em operações deste género, mas "os japoneses sujeitam-se teimosamente a um risco injustificado".



"As consequências negativas do heroísmo injustificado aquando da neutralização das consequências da avaria na Central Nuclear de Chernobyl deviam ter dado uma lição a toda a Humanidade",
acrescentou.



O cientista ucraniano não descartou a possibilidade da envergadura da catástrofe na Central Atómica de Fukushima-1 poder vir a ser superior ao que aconteceu em Chernobyl depois de abril de 1986.



"O aumento das doenças cancerosas na Ucrânia provocado diretamente pela radiação de Chernobyl foi de 8 a 11% e o Japão deve ter isso em linha de conta", frisou.



(Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)

Lusa

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