Ataque ao Charlie Hebdo

John Kerry diz que "todos os norte-americanos estão com os franceses"

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, manifestou, em francês, a solidariedade dos Estados Unidos a França, após o ataque contra o semanário satírico Charlie Hebdo que fez hoje 12 mortos.

"Quero dirigir-me diretamente aos parisienses e a todos os franceses para lhes dizer que todos os norte-americanos estão ao seu lado", declarou Kerry, francófono e francófilo numa conferência de imprensa em Washington.  

O chefe da diplomacia norte-americana, cuja família é parcialmente francesa e que visita regularmente Paris, expressou "o horror, a ira e a condenação de um terrível ato de violência".

"Estamos também solidários com o vosso empenho na batalha, na luta contra o extremismo e com a vossa determinação em proteger o valor que faz tanto medo aos extremistas e que sempre uniu os nossos dois países: a liberdade", prosseguiu Kerry. 

"Nenhum país sabe melhor que França que a liberdade tem um preço, porque é em França que muitos ideais democráticos nasceram", frisou ainda o chefe da diplomacia de Washington, prestando ainda homenagem às "liberdades de expressão e de imprensa".

Entre as 12 vítimas mortais do atentado ocorrido hoje de manhã, quando três homens armados com espigardas automáticas kalashnikov irromperam na redação do Charlie Hebdo, estão o jornalista, cartoonista e diretor do jornal satírico, Charb, e mais três dos principais cartoonistas do semanário: Cabu, Tignous e Wolinski.

O semanário tinha já sido ameaçado por fundamentalistas islâmicos por reproduzir caricaturas de Maomé originalmente publicadas pelo jornal dinamarquês Jyllands-Posten em 2005.

Um dos últimos ataques à publicação ocorreu em 2013, quando piratas informáticos bloquearam a sua página na Internet, provavelmente por causa da publicação de um suplemento especial com uma biografia de Maomé em banda desenhada.

Em setembro de 2012, o semanário foi duramente criticado por publicar caricaturas de Maomé, pouco depois de diversos ataques a embaixadas e consulados ocidentais em países muçulmanos devido à difusão de um vídeo crítico em relação ao Islão.

O paradeiro e identidade dos autores do ataque, que abandonaram na zona norte de Paris o carro em que fugiram, não são ainda conhecidos. Segundo testemunhas citadas por fonte policial, eles gritaram "Vingámos o profeta!", antes de abandonarem a redação do jornal.

Lusa
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