85 anos de vida, 51 nomeações para os Óscares. Quase ninguém se pode gabar de tamanha façanha.
John Williams é o responsável por algumas das bandas sonoras mais marcantes da história do cinema. Lembra-se da música que abre os filmes de Star Wars? Das batidas apressadas de "O Tubarão"? E do tema de Indiana Jones lembra-se? Sim, John Williams é o maestro de todas elas. Dessas e de muitas mais que já povoam o nosso imaginário há várias décadas.
Nascido em fevereiro de 1932, em Long Island, Nova Iorque, mudou-se ainda jovem para Los Angeles onde estudou com o compositor italiano Mario Castelnuovo Tedesco. Começou como pianista e destacou-se nas composições de jazz, mas rapidamente se lançou em voos maiores.
A primeira nomeação para os Óscares chegou em 1968 com "O Vale das Bonecas, ("Valley of the Dolls" na versão original), mas foi com "Um Violino no Telhado" que John Williams venceu a primeira estatueta em 1972.
No decorrer da longa carreira contam-se colaborações notáveis com Steven Spielberg e George Lucas. O primeiro trabalho de parceria com Spielberg chegou em 1974 com "Asfalto Quente" ("The Sugarland Express"), seguindo-se "O Tubarão" ("Jaws"), em 1975, e que o eternizaria para o mundo da sonoplastia da sétima arte. Um trabalho revolucionário e que tornou para sempre aquelas duas notas musicais sinónimo de perigo. O filme valeu a Williams o segundo Óscar da carreira.
Star Wars
Williams foi somando nomeações com o passar dos anos e ainda na década de 70 recebe grande destaque pelo trabalho desenvolvido em "Star Wars". Nos bastidores da indústria há quem afirme que foi Spielberg que o recomendou a George Lucas.
A fórmula explosiva do compositor resultou, e, em 1978, somou o terceiro Óscar pela orquestração da banda sonora da "Guerra das Estrelas". Dos oito filmes da saga dos quais assina a banda-sonora cinco receberam uma indicação para a estatueta dourada. Apenas o primeiro venceu. É, aliás, "Star Wars" que, este ano, lhe dá a 51ª nomeação.
Indiana Jones
Chegada a década de 80, Williams não abrandou o ritmo. As colaborações com Spielberg continuaram e os dois preparavam aquele que se tornaria mais um sucesso à escala global. Em 1981 estreava "Indiana Jones e os Salteadores da Arca Perdida", realização de Spielberg e banda sonora de Williams, estavam novamente reunidos os ingredientes para o sucesso.
O compositor criou uma banda sonora cheia de aventura, dando às cenas de acção tons excitantes, contrastadas com temas e ritmos mais melódicos. Dos quatro filmes da saga, apenas o último ("Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal") de 2008, não foi nomeado pela Academia.
E.T. Extraterretre
Ainda nos anos 80 o compositor mostrou do que é feito e novamente na temática do espaço."E.T - O Estraterestre" valeu-lhe o terceiro Óscar. A dupla Williams-Spielberg não desiludiu e a composição do maestro voltou a ser música para os ouvidos do júri da Academia.
A Lista de Schindler
Falar de John Williams e não falar de "A Lista de Shindler" é impossível. Trata-se de um dos trabalhos mais emotivos do compositor. Há quem diga que nesta banda sonora Williams tem um rasgo diferente do que em todas as outras. O tema “Theme from Schindler’s List” foi escrito especialmente para o violinista Itzhak Perlman, sendo acompanhado pela orquestra conduzida por Williams.
Harry Potter
Virado o milénio o compositor envolve-se novamente no universo das grandes produções. O convite parte da Warner Bros e John Williams torna-se oficialmente o compositor de "Harry Potter e a Pedra Filosofal", o primeiro filme da saga do jovem feiticeiro. As temas captam o misticismo à volta da infância, da magia e da aventura. O único tema a aparecer em todos os filmes de Harry Potter é o “Hedwig’s Theme”, composto por Williams. A saga valeu-lhe duas nomeações, saiu derrotada da duas vezes.
Muitas décadas se passaram desde a estreia de Williams nas lides das nomeações e os temas de "Jurrasic Park", "O Patriota", "As Memórias de Uma Gueixa" e o "Resgate do Soldado Ryan" continuam a preencher a nossa memória. Não se deixem enganar, porque aos 85 anos John Williams continua a dar cartas em Hollywood,. Resta esperar e ver se 2018 será o ano em que vai acrescentar mais um galardão à sua prateleira.