Orçamento do Estado 2014

Justiça perde 95,4 milhões de euros (menos 6,8%) face a 2013 

O orçamento para a Justiça ascende a 1.303,7  milhões de euros, registando um decréscimo de 6,8 por cento (menos 95,4  milhões de euros) relativamente a 2013, segundo uma versão preliminar do  Orçamento do Estado para 2014. 

MANUEL DE ALMEIDA

A estrutura da despesa consolidada, por classificação económica, mostra  que 89,9% da despesa se encontra afeta a despesas com pessoal (70,5%) e  19,4% à aquisição de bens e serviços. 

O documento, a que a agência Lusa teve acesso, refere que, no subsetor  Estado, verifica-se uma redução da despesas de 7,9% (menos 93,6 milhões  de euros), resultantes do efeito nas despesas de funcionamento financiadas  por receitas gerais, a qual traduz as medidas transversais de contenção  orçamental, designadamente as que incidem em despesas com pessoal. 

O programa justiça apresenta os recursos financeiros concentrados nos  encargos associados às medidas orçamentais Segurança e Ordem pública (40,8%),  Sistema Judiciário (34%) e Sistema Prisional de reinserção e de Menores  (15,3 por cento). 

Do conjunto de medidas tranversais do Ministério da Justiça (MJ) e destinadas  a obter poupanças - num total de 24,2 milhões de euros - figura o programa  de rescisões por mútuo acordo, utilização do sistema de mobilidade/requalificação  e aplicação das 40 horas semanais. 

Segundo o documento, e dentro das medidas transversais, está prevista  ainda uma diminuição da contribuição para os sistemas de saúde ADSE/SAD/ADM,  estimando-se nesta última uma poupança de 5,1 milhões de euros. 

A saída de trabalhadores para aposentação é outra das medidas transversais  pela qual o MJ espera uma poupança de 11,2 milhões de euros. 

Paralelamente, o Ministério da Justiça promoverá medidas sectoriais  destinadas a popupar cerca de 2,6 milhões de euros, através de mecanismos  de racionalização e de gestão corrente. 

Nos arrendamentos, o MJ espera, no próximo ano, reduzir a sua fatura  em 2,5 milhões de euros, através da renegociação e da rescisão de contratos.

Outro capítulo das poupanças será o das pulsieras electrónicas, onde  se espera uma poupança de 1,2 milhões de euros sem "afetar o volume e os  níveis de serviços" da vigilância electrónica. 

Estão ainda previstos também poupanças nos centros educativos de Reinsersão  Social de menores, através da revisão das condições contratuais de prestação  de serviços, estimando-se as mesmas em 500 mil euros em 2014. 

Haverá também uma redução do Plano de Investimentos para 2014, que será  inferior em 36,6 milhões de euros face a 2013. 

Tudo isto - diz a versão preliminar do OE 2014 - sem afetar a conclusão  das grandes obras em curso no MJ e sem prejudicar a nova organização judiciária  dos tribunais. 

Com a revisão dos suplementos remuneratórios, o ministério estima reduzir  a despedas na sequência da revisão dos Estatutos de algumas categorias profissionais,  sem quantificar o encaixe financeiro. 

O Governo diz que continuará a reforçar o sistema de justiça, tornando-o  mais eficiente, sem descurar os direitos fundamentais dos cidadãos e das  empresas no acesso aos tribunais. 

É ainda referido que, em 2014, haverá um reforço da resposta judicial  decorrente do novo Código de Processo Civil já em vigor e do novo quadro  de organização dos tribunais de 1/a instância, cujos diplomas estruturantes  foram aprovados este ano. 

Lusa

 

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