"Pai da África do Sul democrática, lutador incansável dos Direitos Humanos e referência global da liberdade, Madiba foi um exemplo de que não há obstáculos nem barreiras suficientes perante a boa vontade humana de ambicionar a dignidade", refere o autarca numa nota enviada à Lusa.
António Costa lembrou ainda que "as dificuldades, os grilhões e o ódio promovidos ao longo de várias décadas, no período do 'apartheid', não conseguiram abalar a mais genuína vontade de Nelson Mandela transformar o seu sonho em realidade: o de uma África do Sul não discriminatória".
O autarca endereçou as condolências à embaixadora da África do Sul, bem como à família de Nelson Mandela e ao povo sul-africano.
Para António Costa, Mandela é "um ícone da democracia no mundo", pois "demonstrou como é possível concretizar as mudanças necessárias, promovendo o desenvolvimento sem discriminar nem excluir".
"Perdemos a sua insubstituível presença, mas não perdemos o seu exemplo. A forma mais leal de prestarmos tributo a quem tanto nos deu e tanto nos ensinou, é continuar a dar seguimento às suas lutas, por que as causas que Mandela travou ao longo da sua vida continuam atuais e há desafios, como os da dignidade e do progresso, que permanecem e para os quais temos o dever de continuar a batalhar. Devemos isso a Madiba", defendeu.
Nelson Mandela, 95 anos, morreu na quinta-feira na sua residência em Joanesburgo.
Um dos políticos mais conhecidos e respeitados do mundo, Mandela, também conhecido como Madiba, esteve preso 28 anos (1962-1990), acusado de sabotagem e luta armada contra o governo racista da África do Sul e, em 1994, tornou-se no primeiro presidente negro do país, eleito nas primeiras eleições livres e multirraciais.
Mandela, que em 1993 recebeu o Prémio Nobel da Paz juntamente com Frederik de Klerk, governou a África do Sul até 1999 e tornou-se num dos principais estadistas do século, como referência na luta contra a segregação racial, e visto pelos seus compatriotas como o patriarca da "nação do arco-íris".
Lusa