I Liga 2010-2011

Adepto do FC Porto acusado de transportar petardo conhece sentença a 9 de Maio

O Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa marcou hoje para 09 de maio a leitura da sentença do adepto acusado de tentar entrar no estádio da Luz com um petardo no jogo de futebol Benfica-FC Porto.

O julgamento sumário do adepto, detido quando se preparava para entrar no estádio, juntamente com elementos da claque "Super Dragões", do FC Porto, decorreu hoje com a audição do arguido e de um dos agentes da Unidade Metropolitana de Informações Desportivas ("spotters") da PSP envolvido nas operações de segurança.



O arguido voltou a negar perante o tribunal que transportasse consigo qualquer objeto, reafirmando que o petardo que a PSP diz ter sido encontrado na sua posse e que motivou a detenção foi apanhado do chão.



"Quando me preparava para calçar os ténis após a revista, o agente perguntou-me que objeto era aquele que se encontrava ali no chão, junto a nós, e se era meu. Respondi-lhe que não", disse o arguido.



O agente da PSP confirmou que o colega que efetuou as revistas aos adeptos o alertou para a deteção de "um artefacto" em posse do arguido, mas, questionado pela juíza se viu em concreto de onde tinha saído, respondeu negativamente, esclarecendo que se encontrava a cerca de dois metros do agente que detetou o objeto.



"No momento em que o meu colega me alertou que tinha encontrado um artefacto na posse do arguido, ouvi deste uma frase do género - `não me façam mal, sou militar -, mas não vi de onde saiu o objeto", disse.



Este agente, da Unidade Metropolitana de Informações Desportivas, explicou em detalhe ao tribunal como se processou o encaminhamento dos adeptos para o estádio e o comportamento das claques no momento em que se aproxima a hora do jogo.



Assumiu que os assistentes de recinto desportivo (ARD's) presentes no estádio naquele dia "perderam o controlo da situação" e que ele próprio "pediu reforços" para tentar "controlar a pressão de cerca de mil adeptos que pretendiam forçar a entrada no recinto".



"É uma forma de atuação comum nas claques. À medida que se aproxima a hora de início dos jogos começam a pressionar as entradas, tornando assim mais difícil a revista dos ARD's e da própria PSP, aproveitando essa situação para fazerem passar objetos proibidos", adiantou.



A acusação (Ministério Público) reconheceu que o agente da PSP hoje ouvido pelo tribunal "não presenciou" em concreto "o momento da apreensão do objeto", mas falou "da convicção" dos depoimentos dos dois agentes envolvidos neste processo.



Já o advogado de defesa, Alexandre van Zeller, citando o delegado do Ministério Público, falou "em julgamento de convicção" e, por haver "dúvidas se o objeto era ou não do arguido", pediu "a absolvição".



De acordo com aquele causídico, a moldura penal em que incorre o arguido vai de uma multa até aos cinco anos de prisão.



Lusa
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