O ator, premiado com dois Oscares, fez os comentários no Festival de Cinema de Sarajevo, que começou na sexta-feira com a exibição do clássico de Martin Scorsese, remasterizado digitalmente para o seu 40.º aniversário.
Em "Taxi Driver", De Niro - há muito um apoiante dos democratas - interpreta Travis Bickle, um veterano da guerra do Vietname que conduz um táxi em Nova Iorque e que sucumbe lentamente à paranoia e esquizofrenia.
"O que é significativo para mim é esta ironia de no final ele (Travis) estar a conduzir novamente o seu táxi e... congratulamo-nos. O que é de alguma forma, de um modo estranho, pertinente também hoje", comentou o ator numa conversa pública à margem do festival, do qual é convidado de honra.
Fazendo a ligação com a corrida presidencial norte-americana, De Niro disse que Trump, como Bickle, está onde não devia estar.
"Não sei, é uma loucura, mas pessoas como Donald Trump (...) nem deveriam estar onde ele está, por isso, Deus nos ajude", adiantou.
"Penso que as pessoas agora estão a começar a rejeitá-lo", disse, adiantando: "Os media deram-lhe toda esta atenção e finalmente estão a começar a dizer: 'Vá lá Donald, isto é ridículo, isto é uma loucura'. (...) Porque o que ele tem dito é realmente completamente louco, coisas ridículas ... completamente loucas".
Trump tem vindo a descer nas sondagens e está sob crescente pressão, mesmo entre os republicanos, pela sua aparente incapacidade de parar de fazer afirmações controversas e observações extemporâneas.
No início da semana, Trump acusou o Presidente Barack Obama de ser o "fundador" do grupo extremista Estado Islâmico e a sua rival democrata, Hillary Clinton, de ser "cofundadora". Depois de manter as declarações por diversas vezes, sugeriu na sexta-feira que estava a ser sarcástico.
Lusa