Ébola

OMS aprova tratamentos experimentais no combate ao Ébola

A comissão de ética da Organização  Mundial de Saúde (OMS) aprovou hoje o uso de tratamentos experimentais no combate à febre hemorrágica Ébola.  

(Arquivo Reuters)
© Handout . / Reuters

"Perante as circunstâncias da epidemia e sob reserva de que determinadas  condições sejam cumpridas, a comissão chegou ao consenso de que é ético  oferecer tratamentos não homologados, cuja eficácia não é conhecida, nem  os seus efeitos secundários, como tratamento potencial ou a título preventivo",  explicou a OMS.  

A comissão definiu como condições essenciais à utilização destes tratamentos  "uma transparência absoluta relativamente aos cuidados, consentimento informado,  liberdade de escolha, confidencialidade, respeito das pessoas, perservação  da dignidade e implicação das comunidades".  

Os peritos referiram a "obrigação moral de reunir e partilhar os dados  sobre a segurança e a eficácia destas intervenções", que devem ser alvo  de uma avaliação constante, com o objetivo de uma utilização futura.  

Antes mesmo do anúncio da aprovação da OMS, os Estados Unidos prometeram  enviar para a Libéria, um dos países mais atingidos pela epidemia, um soro  experimental, disponível em quantidades reduzidas, para tratar os médicos  liberianos atualmente infetados.  

Este soro foi usado, com resultados iniciais positivos em dois médicos  de nacionalidade norte-americana, já repatriados para os Estados Unidos.

Na segunda-feira, a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, anunciou  que o medicamento experimental ia ser enviado durante esta semana.  

A OMS desmentiu hoje ter autorizado o envio deste tratamento para a  Libéria, e esclareceu que a utilização de um medicamento novo em determinado  país depende de acordos estabelecidos entre as autoridades sanitárias e  os laboratórios, não requerendo qualquer autorização da organização mundial.

"A OMS não tem qualquer responsabilidade no envio de tratamento algum  para os países (afetados) porque não temos qualquer tratamento de reserva",  declarou a porta-voz, Fadela Chaib.  

A epidemia de Ébola, que afeta a região da África Ocidental, já fez  mais de mil mortos, em 1.848 casos suspeitos, de acordo com o último balanço  da Organização Mundial de Saúde, atualizado na noite de segunda-feira. 

Foram registados 11 novos casos e seis mortos na Guiné-Conacri, 45 novos  casos e 29 mortos na Libéria, e 13 novos casos e 17 óbitos na Serra Leoa,  não tendo sido registados novos casos ou vítimas mortais na Nigéria. 

O vírus Ébola transmite-se por contacto direto com o sangue, líquidos  ou tecidos de pessoas ou animais infetados. Não há vacina conhecida para  a doença. 

 

     Lusa

 

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