Ébola

Morreu padre espanhol infetado com Ébola

Morreu o padre espanhol infectado com o vírus do Ébola, que tinha sido repatriado da Libéria na semana passada. Miguel Pajares estava internado no hospital Carlos III, em Madrid, onde foi sujeito a um tratamento experimental, mas acabou por não resistir.

Miguel Pajares chegou na quinta-feira passada a Madrid, depois de ter sido repatriado da Libéria
EMILIO NARANJO

Miguel Pajares chegou na quinta-feira passada a Madrid, depois de ter  sido repatriado da Libéria, onde contraíu a doença.   

O cadáver será "selado e incinerado" sem ser autopsiado  para evitar a propagação da doença, de acordo com o regulamento da Polícia  Sanitária da Comunidade de Madrid.

O manejo "post morten" de um corpo infetado com Ébola proíbe a autópsia  devido "à alta carga viral dos fluidos corporais" e deve ser realizado "por  pessoal treinado", não estando prevista qualquer preparação do cadáver,  disseram hoje à agência noticiosa espanhola EFE fontes sanitárias.  

Em relação às medidas de controlo ambiental, a norma é a limpeza com  desinfetantes de uso hospitalar das superfícies potencialmente contaminadas  e a queima da roupa ou objetos que tenham estado em contacto com o corpo. 
  
Miguel Pajares, falecido hoje aos 75 anos, era desde os 12 anos membro  da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, que já agradeceu as manifestações  de apoio recebidas desde que se soube que o padre estava infetado com Ébola. 
  
Pajares, nascido em La Iglesuela, na província espanhola de Toledo,  estudou enfermagem antes de ter sido ordenado sacerdote e trabalhou durante  18 anos em missões em países como a Irlanda, o Gana ou a Libéria, onde passou  os últimos sete anos e onde foi infetado.  
  
O padre trabalhava no hospital San José de Monrovia, capital da Libéria,  onde tratou de doentes daquele vírus, um dos mais letais e para o qual não  existe vacina ou tratamento comprovado.  
  

A epidemia de febre hemorrágica Ébola, que afeta a região da África  Ocidental, já fez mais de mil mortos, em 1.848 casos suspeitos, de acordo  com o último balanço da Organização Mundial de Saúde, atualizado na noite  de segunda-feira.  

  
Foram registados 11 novos casos e seis mortos na Guiné-Conacri, 45 novos  casos e 29 mortos na Libéria, e 13 novos casos e 17 óbitos na Serra Leoa,  não tendo sido registados novos casos ou vítimas mortais na Nigéria.  

Já esta manhã, o Comité de Ética da Organização Mundial de Saúde aprovou o uso de medicamentos não homolgados, cuja eficácia e efeitos secundários estão ainda por comprovar. A organização diz que se trata de uma medida de prevenção, tendo em conta o avanço da epidemia.

O vírus Ébola transmite-se por contacto direto com o sangue, líquidos  ou tecidos de pessoas ou animais infetados.
  
Com Lusa

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