Ébola

Portugal está preparado para enfrentar Ébola mas risco é "muito baixo", afirma DGS

A Direção Geral de Saúde garantiu hoje que Portugal está preparado para detetar e enfrentar um eventual caso de vírus de Ébola, mas sublinhou que o risco de importação e propagação é "muito baixo".

© Stringer . / Reuters

Portugal está preparado, tal "como os restantes países europeus, para  detetar um eventual caso que possa ser importado", disse à agência Lusa  a diretora-adjunta da Direção Geral de Saúde (DGS), Graça Freitas. 

A epidemia, surgida no início do ano, foi declarada primeiro na Guiné-Conacri,  antes de se estender à Libéria e depois à Serra Leoa, dois países vizinhos  que, a 23 de julho, totalizavam 1.201 casos e 672 mortes, de acordo com  o último balanço da Organização Mundial de Saúde.  

"Neste momento, estamos confortáveis com a situação, o risco de importação  é muito baixo", adiantou Graça Freitas, referindo que "o risco de propagação do Ébola é muito baixo nos países desenvolvidos".  

O vírus do Ébola transmite-se por contacto direto com o sangue, com  fluidos biológicos ou com tecidos de pessoas ou animais infetados.  

A febre manifesta-se através de hemorragias, vómitos e diarreias. A  taxa de mortalidade varia entre os 25 e 90% e não é conhecida vacina contra  a doença. 

De acordo com a responsável, as autoridades portuguesas estão "atentas  e em permanente contato com os parceiros europeus e a Organização Mundial  de Saúde", podendo, em qualquer altura, o nível de risco ser alterado e  as medidas de segurança reforçadas. 

Embora garanta que a DGS não está a restringir viagens, a diretora-adjunta  admitiu que a entidade está a aconselhar, através da sua página on-line,  a tomada de algumas medidas básicas aos viajantes que tenham de se deslocar  aos países africanos onde foi declarada a epidemia. 

"Aconselhamos  os viajantes a tomarem precauções, nomeadamente de higiene  e consumo de alimentos bem cozinhados, a não 'contactarem' com cadáveres,  não participarem em rituais fúnebres e não estarem em contato com doentes",  sublinhou.  

Além disso, os principais "pontos de entrada" em Portugal de doentes  com aquele vírus, como os portos e aeroportos, estão a ser controlados,  e os profissionais de saúde estão "bem informados sobre o que fazer" caso  se deparem com um doente com sintomas idênticos aos provocados pelo Ébola.

Caso chegue a Portugal um doente com "sintomatologia compatível com  o vírus do Ébola e que tenha tido estadia num país afetado - Serra leoa,  Guine Conacri e Libéria - nos últimos 20 dias, o profissional de saúde -  médico ou não - terá de acionar um sinal que leva ao contacto com a DGS",  explicou a diretora-adjunta. 

Recebido o sinal, a DGS terá depois de validar (ou não) o alerta que  seguirá "um percurso previamente definido para definir o que irá acontecer  a estes doentes", concluiu. 

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