Num requerimento enviado ao Governo, um grupo de deputados do PS encabeçado pelo líder da bancada, Carlos César, pede vários esclarecimentos sobre "os critérios para a reorganização territorial da rede de balcões da CGD".
Os socialistas pretendem saber se o executivo está "em condições de assegurar, enquanto banco público, a salvaguarda mínima de cobertura da rede territorial da CGD por concelho", além de questionarem "quais os critérios para o redimensionamento dos recursos humanos".
"Quais as consequências concretas na rede da CGD em cada um dos distritos" e "quais as consequências concretas na estrutura de recursos humanos", a par do calendário da concretização, são outra das questões colocadas.
Apesar das perguntas, o documento assinala "os esforços que o Governo envidou no sentido de assegurar a recapitalização da CGD, de garantir uma administração que dê resposta ao papel da Caixa como banco público quer numa lógica de clientes particulares, mas também de empresas e territórios".
"Cabe-nos sublinhar com agrado as soluções encontradas até ao presente momento", refere o documento.
O plano de reestruturação acordado com a Comissão Europeia e divulgado na apresentação de resultados da CGD, previa que o banco público fechasse cerca de 25% dos balcões abertos ao público (com funcionários a atender clientes), passando de 651 para 470 ou 490 daqui a três anos.
Já este ano, o plano da CGD é de fechar 70 balcões.
Contudo, a reavaliação da lista de agências a fechar não deverá trazer grandes alterações uma vez que esta foi negociada com Bruxelas pela anterior administração do banco público, liderada por António Domingues, e é uma das contrapartidas acordadas para que a recapitalização da CGD que está a decorrer, num montante superior a 5.000 milhões de euros, não seja considerada ajuda de Estado.
A CGD apresentou prejuízos históricos de 1.859 milhões de euros no ano passado, dez vezes mais que os resultados negativos de 171 milhões de euros de 2015, o que foi justificado pela constituição de novas imparidades (perdas potenciais, sobretudo para crédito) num montante superior a 3.000 milhões de euros.
Lusa