Brexit

Theresa May promete alinhamento com UE, mesmo após Brexit

Parlamento britânico poderá manter legislação laboral alinhada com bruxelas, prometeu hoje a chefe do Governo britânico

Frank Augstein

A primeira-ministra britânica, Theresa May, prometeu hoje dar ao Parlamento um voto sobre nova legislação laboral adotada pela União Europeia (UE) após a saída do Reino Unido, admitindo um alinhamento mesmo depois do Brexit.

Num comunicado publicado hoje, Theresa May disse que, "depois do Brexit, o Parlamento deve decidir quais são as regras mais apropriadas, em vez de aceitar automaticamente as mudanças na UE".

Segundo o Governo, os deputados britânicos vão poder considerar quaisquer mudanças futuras na legislação da UE que fortaleçam os direitos dos trabalhadores ou padrões de saúde e segurança no local de trabalho e decidir se o país deve permanecer alinhado com a UE, consultando sindicatos e empresas.

"Este novo processo terá início com duas diretivas da UE que entram em vigor depois de termos saído e após o período de implementação - a diretiva sobre o equilíbrio da vida profissional e a diretiva relativa às condições de trabalho transparentes e previsíveis", adiantou.

O Governo britânico votou a favor de ambas as diretivas no Conselho Europeu e pretende perguntar ao Parlamento se quer adotá-las na lei britânica, na qual garantiu que será incorporada toda a legislação laboral europeia atual.

A proposta é considerada mais um aliciamento a deputados do Partido Trabalhista para aprovarem o Acordo de Saída da UE, cujo voto é esperado na próxima semana, depois de ter sido chumbado em janeiro.

Para ganhar a votação, que deverá acontecer até 12 de março, o governo de May poderá precisar de deputados do principal partido da oposição que desrespeitem a orientação do líder, Jeremy Corbyn, para se oporem ao acordo.

Esta proposta junta-se a um pacote financeiro para áreas pobres do Reino Unido, medida anunciada pelo Governo e descrita pela oposição como um "suborno" a deputados do Labour , o partido trabalhista para aprovarem o acordo do Brexit.

Com Lusa

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