Arlene Foster, líder do Partido Democrático Unionista (DUP), frisou que não pode haver uma divisão entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido, em declarações à imprensa depois de se reunir em Bruxelas com o negociador europeu para o 'Brexit', Michel Barnier.
"O que nos preocupa é ter uma barreira entre nós e o resto do Reino Unido. Essa é a questão decisiva para nós", disse a dirigente partidária, acrescentando que 72% da produção norte-irlandesa é vendida às outras nações do Reino Unido.
"O mercado único que interessa aos norte-irlandeses é o mercado único do Reino Unido. Seria uma catástrofe económica se permitíssemos uma fronteira entre nós e o resto do Reino Unido", disse.
Michel Barnier assegurou por seu lado que todas as regras constitucionais britânicas seriam respeitadas.
"A UE está à procura de soluções práticas para evitar uma fronteira rígida no pleno respeito pelo estatuto constitucional" da Irlanda do Norte, escreveu no Twitter.
A UE apresentou na semana passada uma proposta sobre a saída do Reino Unido da UE em que propõe nomeadamente a criação entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, que continuará a ser um Estado-membro, de um "espaço regulado comum", "sem fronteiras internas" e com "livre circulação de bens".
A proposta foi imediatamente recusada pelo governo conservador de Theresa May, que considerou que manter a Irlanda do Norte no mercado único "ameaça a integridade constitucional do Reino Unido".
Após o 'Brexit', a fronteira irlandesa será a única fronteira terrestre entre o Reino Unido e a UE e ambas as partes procuram uma solução para evitar uma fronteira rígida, que poria em risco os Acordos de Paz de 1998, assentes no reforço dos laços entre os dois territórios.
Os nacionalistas norte-irlandeses do Sinn Fein opõe-se ao 'Brexit', que consideram incompatível com o acordo de paz, recusam uma fronteira rígida e defendem um estatuto específico para a Irlanda do Norte num futuro acordo entre o Reino Unido e a UE, o que é rejeitado pelo governo de Londres e pelo DUP.
Lusa