"Os deputados e lordes que rejeitam o referendo devem aceitar o que a maioria decidiu", disse hoje May em declarações ao 'The Sunday Telegraph', no primeiro comentário desde a controversa decisão da Justiça britânica da semana passada e antes de iniciar uma viagem até à Índia com o objetivo de estreitar os laços comerciais.
Na quinta-feira foi conhecida a decisão do Tribunal Superior de Justiça britânico que decidiu que o parlamento britânico tem de votar o início do processo de saída do Reino Unido da União Europeia. Os três juízes que decidiram deram assim razão aos argumentos que dizem que se o Reino Unido aderiu à União Europeia (UE) por decisão do parlamento, só o mesmo parlamento pode decidir sobre a saída.
Isto já levou o Governo a dizer que vai recorrer na decisão e hoje Theresa May considerou que está "um princípio em jogo".
"Pode parecer um debate sobre procedimentos, mas a realidade é que há um princípio em jogo", afirmou, considerando que se o Parlamento aprovou pôr a decisão da pertença à União Europeia nas mãos dos eleitores agora há que respeitar o que eles decidiram, pelo que o Governo irá executar a decisão popular.
Para May isso significa manter o plano já desenhado: "Focarmo-nos no nosso plano e no calendário, avançar com o trabalho de desenvolver a nossa estratégia de negociação e não colocarmos todas as nossas cartas sobre a mesa", afirmou.
Para a primeira-ministra britânica o importante é que o Reino Unido consiga o melhor resultado do 'Brexit' depois de a 23 de julho 51,9% dos eleitores terem optado pela saída do projeto europeu.
Já o líder Trabalhista, Jeremy Corbyn, avisou em declarações ao 'The Sunday Mirror' que o partido (que detém 231 deputados na câmara dos Comuns, do total de 650) não apoiará a ativação do artigo 50 do Tratado de Lisboa -- que marca o arranque das negociações com Bruxelas com vista à saída da UE -- se May não garantir que salvaguardará o acesso ao mercado único e os direitos laborais.
Lusa