Naquela que foi a sua primeira declaração na Câmara dos Comuns sobre o referendo de quinta-feira, que deu a vitória ao 'Brexit', Cameron reconheceu que a decisão "soberana" do povo tem de ser respeitada, apesar das negociações se preverem "complexas" e "difíceis".
Cameron aproveitou ainda a oportunidade para tranquilizar os cidadãos e dizer que as circunstâncias não vão mudar de forma imediata.
"Temos de determinar o tipo de relação que queremos com a UE", disse Cameron, acrescentando que a decisão vai caber ao seu sucessor, a partir de outubro.
O conselho de ministros aprovou hoje a criação de uma nova unidade governativa no Reino Unido, para assessorar as negociações necessárias ao 'Brexit' junto de Bruxelas.
Para já, o Reino Unido não vai ativar o artigo 50.º do Tratado de Lisboa, que estabeleceu o processo de negociação para a saída voluntária de um Estado-Membro da UE, indicou.
Rejeitando um referendo sobre a independência da Escócia, Cameron indicou que Londres vai tomar em conta as opiniões das várias partes constituintes do reino -- Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte -, consultando e protegendo os seus interesses.
Para o primeiro-ministro britânico, a força da economia nacional vai manter-se com inflação baixa e diminuição do desemprego, o que, segundo ele vai ajudar a resistir às dificuldades que possam surgir da decisão saída do referendo.
Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido deve sair da UE, depois de o 'Brexit' (nome como ficou conhecida a saída britânica da União Europeia) ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira.
Logo na sexta-feira, David Cameron anunciou a sua demissão, com efeitos em outubro, e os líderes da UE defenderam uma saída rápida do Reino Unido.
O Conselho Europeu reúne-se na terça e quarta-feira em Bruxelas para analisar os cenários pós-'Brexit'.
Lusa