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Naturismo: Federação quer negociar com autarquias para encontrar praias a norte do rio Tejo

Lisboa, 19 jun (Lusa) -- Os espaços naturistas autorizados podem trazer mais-valias económicas para as zonas, mas os espaços continuam a diminuir, não existindo qualquer estância do género a norte do rio Tejo, alertou a Federação Portuguesa de Naturismo (FPN).

Susana Paula

Lisboa, 19 jun (Lusa) -- Os espaços naturistas autorizados podem trazer mais-valias económicas para as zonas, mas os espaços continuam a diminuir, não existindo qualquer estância do género a norte do rio Tejo, alertou a Federação Portuguesa de Naturismo (FPN).

O fim oficial do naturismo na Praia da Estela marcou o fim desta prática no centro e norte do país, uma situação que preocupa a porta-voz da FPN, Maria Emília Paiva, que admitiu que "possa ter falhado o contacto da federação com as autarquias" locais.

Por isso, a FPN "vai fazer um estudo na região norte das praias com potencialidades naturistas", para depois "pedir autorizações às autarquias", até porque hoje, Dia Mundial do Naturismo, a FPN destaca os "benefícios monetários" para as regiões, já que este tipo de turismo "é dos que mais tem crescido nos últimos anos e há cada vez mais naturistas no mundo que procuram espaços autorizados onde estar".

No entanto, a responsável da FPN estima que "existam umas quatro ou cinco praias com costume de pratica naturista a norte de Aveiro".

Em Portugal existem apenas sete praias naturistas oficiais: Alteirinhos (Odemira), Adegas (Aljezur), Barril (Tavira), Belavista (Almada), Meco (Sesimbra), Salto (Sines) e Ilha Deserta (Faro). Mas, por sua vez, em Espanha "existem mais de 400 espaços naturistas".

Esta diferença, para Maria Emília Paiva, faz com que Portugal "vá perdendo o benefício monetário a favor de outros países: não só os estrangeiros ficam lá fora como os próprios portugueses vão para fora praticar naturismo".

A porta-voz da FDN disse que apenas a praia de Adegas conta com a presença de um nadador-salvador, pago pela junta de freguesia, o que "influencia que os naturistas procurem melhores condições lá fora".

"Também corremos riscos no mar e nos acessos às praias. No fundo de aquilo que os naturistas precisam é de espaços condignos: Estamos cansados de andar a subir e descer arribas, com os riscos agravados para grávidas, crianças e idosos. Não somos cidadãos de segunda, temos é uma opção de vida diferente", salientou Maria Emília Paiva.

Em Portugal existe ainda um parque de campismo naturista em Santiago do Cacém (Abela) e outro parque parcialmente naturista e em Vila do Bispo (Quinta dos Carriços).

Hoje, na praia do Meco, a primeira praia naturista portuguesa, a FPN organiza "a nu" um torneio de voleibol de praia, um torneio de petanca e a apresentação do livro "Ser Natural", de José Luís Vieira.





SYP.

Lusa/Fim.

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