Vídeo

Kiev reivindica o mais longínquo ataque com drones em território russo

Moscovo afirma estar a atuar para minimizar o impacto de uma onda de ataques.

João Nuno Assunção

Os serviços de informação da Ucrânia reivindicaram, esta terça-feira, a autoria do ataque com drones mais longínquo lançado em território russo. Os alvos foram duas cidades industriais a mais de mil quilómetros da fronteira com a Ucrânia.

O ataque aconteceu às primeiras horas desta terça-feira e em duas cidades da República do Tartaristão, na Federação da Rússia.

Kiev afirma ter provocado danos numa refinaria e numa unidade de produção de drones de longo alcance. As autoridades locais desmentem e garantem que o funcionamento das fábricas não foi comprometido.

O Kremlin garante estar a fazer tudo para minimizar o impacto da onda de ataques em solo russo.

“Quando tomarmos Kiev, vai acabar o caos com os drones. Entretanto, continuaremos a repudiar estas desprezíveis manobras terroristas como parte das nossas atividades quotidianas”, afirmou o deputado russo Andrei Kartapolov.

Foi com o objetivo de tomar a capital ucraniana que as tropas russas ocuparam, há mais de dois anos, cidades como Bucha, que ficarão para sempre inscritas nas mais negras páginas da História.

Oleksandr Turovskyi, pai de uma das vítimas do massacre naquela cidade, lembra a última mensagem que recebeu do filho: “O avô salvou-nos, oito pessoas. Não posso telefonar. Não me ligues, há chechenos por perto”. Dois dias depois, Oleksandr descobriu que o filho estava entre as centenas de vítimas de um dos mais chocantes episódios da guerra na Ucrânia. “Há mais de dois anos que estou à espera dele.”

"Os pais não devem enterrar os filhos. Não é justo”, afirma Oleksandr.

Em ruas, caves ou valas comuns, só em Bucha foram descobertos mais de 400 cadáveres. A tragédia lembrou ao mundo o que a humanidade é capaz de fazer a si própria e recordou que a paz, a justiça e a liberdade estão longe de garantidas.

Últimas