Mário Dinis Ribeiro, diretor do Serviço de Gastrenterologia no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, selecionou cerca de 400 doentes com lesões gástricas malignas ou pré-malignas e acompanhou-os durante doze anos.
Desse trabalho de investigação resultou um guia com um conjunto de recomendações fundamentais para evitar o cancro gástrico. O estudo valeu-lhe o Prémio Bial Medicina Clínica 2018.
A pergunta de partida revelava o alcance do desafio e tinha resposta naturalmente complexa: “Como reduzir a mortalidade por cancro gástrico em Portugal?”.
Doze anos depois de acompanhar e analisar os dados recolhidos, Mário Ribeiro Dinis publicou o guia que, além de sistematizar informação útil e prática, estabelece novas indicações para a deteção e tratamento do cancro gástrico, nomeadamente para um procedimento menos invasivo (exérese endoscópica) que permite a remoção de algumas lesões por endoscopia.
O cancro gástrico está em terceiro lugar nas causas de morte por cancro em todo o mundo.
“O risco durante a vida de vir a ter cancro gástrico é entre 1 e 2%, o que significa que pelo menos uma em cada 100 pessoas poderá vir a sofrer desta doença”, alerta Dinis Ribeiro.
A atenção aos sintomas e a prevenção são, por isso, fundamentais.
Algumas indicações do guia:
- Procurar o médico quando existem queixas relacionadas com o funcionamento do estômago.
- Não fumar.
- Cortar no sal.
- Garantir a possibilidade de um diagnóstico precoce, juntando uma endoscopia digestiva alta à colonoscopia do rastreio, aos 50 anos.
- Erradicar a bactéria helicobacter pylori, quando for detetada.