Na última década foram registados mais de mil casos de mutilação genital feminina em Portugal. No ano passado contaram-se 223, o que corresponde a um aumento de mais de 17% em relação a 2022, período em que se detetaram 190, segundo dados da Direção-Geral de Saúde.
Um crescendo que se refletiu também no primeiro mês de 2024, que já contabilizou 15 novos casos.
Estas situações foram reveladas em consultas de vigilância da gravidez, nos partos, puerpério, e em consultas e internamentos nos cuidados de saúde hospitalares e cuidados de saúde primários.
Nenhuma destas mutilações terá ocorrido em Portugal, mas são oriundas de países vários como a Eritreia, a Gâmbia, a Guiné, a Guiné-Bissau, o Senegal, a Serra Leoa e a Somália.
Mais de metade dos casos resultou na remoção total ou parcial do clítoris, mas noutros também dos pequenos lábios, o estreitamento do orifício vaginal através da criação de uma membrana selante, com ou sem excisão do clítoris foi outra prática detetada e a maioria destes casos é proveniente da Guiné-Bissau.
A Direção-Geral de Saúde reforça, neste Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, a necessidade de sensibilizar a população e profissionais de saúde para as consequências nefastas destas práticas ancestrais.