Política

A ilegalidade, a hipocrisia, a batota e o desrespeito do protesto do Chega

David Dinis, diretor-adjunto do jornal Expresso, explica na SIC Notícias porque é que o Chega não pode usar a fachada do Parlamento para um protesto político.

David Dinis

SIC Notícias

Num dia decisivo para o Orçamento do Estado do próximo ano, quando decorre a votação final global do documento, a manhã ficou marcada por um protesto do Chega que provocou grande contestação de todos os partidos.

Para David Dinis, é um ato ilegal e o partido cometeu o pecado da hipocrisia, uma vez que o líder do Chega tem um discurso antipolítico, mas usa todos os privilégios que os políticos têm.

Além disso, o Chega fez batota, porque se quer fazer publicidade à sua mensagem política tem de o pagar nos espaços próprios.

Mais grave, considera David Dinis, o Chega desrespeitou o papel da segunda figura do Estado, José Pedro Aguiar-Branco.

Os deputados do Chega colocaram faixas nas janelas da Assembleia da República contra o fim do corte de 5% nos vencimentos dos titulares de cargos políticos.

"Uma vandalização política" e uma “falta de respeito pelo Parlamento”

O presidente da Assembleia da República ordenou a retirada dos cartazes que os deputados do Chega penduraram nas janelas do Parlamento. José Pedro Aguiar-Branco considera a ação do Chega "uma vandalização política" e uma "falta de respeito pelo Parlamento".

Os deputados, da direita à esquerda, pediram a palavra, à margem da votação do Orçamento do Estado, para agradecerem ao presidente da Assembleia, Aguiar-Branco, por ter mandado retirar as faixas colocadas pelo partido de André Ventura.

André Ventura recusou retirar tarjas

Já o presidente do Chega defendeu que tem o "direito de mostrar ao país e ao Parlamento a indignação" quando há uma votação a decorrer sobre aumentos salariais para políticos.

Aos jornalistas, André Ventura disse que só pretendia retirar os cartazes no fim da votação do Orçamento do Estado.



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