O Governo ainda não nomeou o sucessor de Mário Centeno no Banco de Portugal e o atraso está a gerar constrangimentos. Para o comentador da SIC Paulo Baldaia, "o dossiê correu mal ao Governo", que já terá feito vários convites rejeitados.
"Não temos ainda um novo governador do Banco de Portugal, uma nova governadora, porque o dossiê correu mal ao Governo. Desde que entrou este Governo, sabemos que as relações entre o Ministro das Finanças, que é o mesmo deste Governo do anterior, que durou apenas um ano, com o Governador são más, e portanto a expectativa de que ele pudesse ser reconduzido era diminuta, praticamente não existia, continua a não existir".
Apesar de teoricamente possível, uma recondução de Centeno seria, na perspetiva de Baldaia, "uma enorme derrota do Governo". Isso porque, além dos requisitos legais e técnicos para o cargo, pesam os critérios políticos.
Entre os nomes recusados estão Vítor Gaspar e Ricardo Reis. Para já, Centeno continua em funções e será ele a representar Portugal na reunião desta semana do Banco Central Europeu.
Uma das poucas razões que poderia justificar a continuidade de Centeno será a hipótese de vir a assumir a vice-presidência do BCE.
"Mesmo isso é mais em benefício de Mário Centeno. Podemos admitir que, se considerar que era também um benefício para Portugal, nessa altura Centeno sairia e o Governo poderia escolher um substituto sem a questão política de estar a empurrar Centeno pela porta fora".