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Grupo extremista estava a armar, treinar e recrutar pessoas para plano de ataque

Foram detidos seis suspeitos indiciados pela prática de infrações terroristas, alteração violenta do Estado de direito e de detenção de armas proibidas. Diretor Nacional da PJ alerta para recrutamento de jovens para grupos extremistas.

Márcia Torres

Miguel Castro

A Polícia Judiciária (PJ) deteve seis membros do Movimento Armilar Lusitano, um grupo ultranacionalista com objetivos políticos, apoiado numa milícia armada, indiciados por crimes relacionados com atividades terroristas e incitamento ao ódio e à violência.

Na operação "Desarme 3D", foram apreendidas armas de fogo e material explosivo, algumas produzidas através de tecnologia 3D. Ficou evidente na investigação que os detidos se estavam a armar, a treinar e a recrutar pessoas para um plano de ataque.

“Havia planos, e houve já uma grande preparação, inclusive treinos com armas de airsoft e outro tipo de atividades, para que o grupo estivesse preparado para alguma intervenção que viesse a ser realizada”, revelou a diretora da Unidade Nacional de Contraterrorismo da PJ, Manuela Santos, em conferência de imprensa.

Ainda não havia um plano concreto, mas o grupo teria intenções constituir-se como movimento político, apoiado numa milícia armada. Também “a alteração violenta do Estado de direito era uma das finalidades desta organização”, para a qual estariam a ser desenvolvidos “atos preparatórios”, acrescenta Manuela Santos.

“Estamos a assistir ao recrutamento e ao incitamento à violência de jovens, cada vez mais jovens, assentes nas fake news na desinformação e na manipulação destas pessoas”, aponta o diretor nacional da PJ, Luís Neves.

Os seis suspeitos detidos, todos de nacionalidade portuguesa. Um deles é chefe da PSP em comissão de serviço na Polícia Municipal de Lisboa.

Encontram-se indiciados pela prática de infrações terroristas, alteração violenta do Estado de direito e de detenção de armas proibidas.

São “seguidores de um ideário antissistema e conspirativo, que incentivava à discriminação, ao ódio e à violência contra imigrantes e refugiados”, informa a PJ em comunicado.

Os detidos serão presentes esta terça-feira ao tribunal para primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação.

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