País

Ataque a ator foi "deplorável": grupos pseudo-patrióticos são "hipocrisia e falsidade"

O ator Adérito Lopes, que faz de Luís de Camões na peça "Amor é um fogo que arde sem se ver", foi agredido - com um soco no olho, provavelmente com uma soqueira ou com anéis - à entrada para o teatro. Ficou com rasgões na cara e teve de levar pontos.

Rita Rogado

Rui Tavares, porta-voz do Livre, considera que os grupos neonazis pseudo-patrióticos são uma "falsidade". Na SIC Notícias, diz que a motivação dos ataques, como o de terça-feira a um ator Adérito Lopes, é acelerar o ódio e a divisão da sociedade.

O porta-voz do Livre começa por dizer que os "verdadeiros patriotas" são os atores d' A Barraca.

"A peça trazia Camões. Numa deplorável ironia é o ator que representa Camões que é atacado", destaca.

O ator Adérito Lopes, que faz de Luís de Camões na peça "Amor é um fogo que arde sem se ver", foi agredido - com um soco no olho, provavelmente com uma soqueira ou com anéis - à entrada para o teatro. Ficou com rasgões na cara e teve de levar pontos.

Neste sentido, Rui Tavares declara: "Isto diz-nos tudo sobre a hipocrisia, falsidade e mentira destes grupos pseudo-patrióticos. 'Portugueses primeiro' é que não são de certeza". Nesse sentido, condena os ataques "à figura maior da cultura".

"Ser patriota é trabalhar por Portugal, ser um país onde o convívio entre pessoas seja a regra, entreajuda, solidariedade, respeito, compreensão pelo outro. Esse é o país que estes criminosos querem estragar", diz.

O suspeito das agressões ao ator Adérito Lopes, da companhia de teatro "A Barraca", faria parte de umgrupo extremista intitulado "Portugueses Primeiro".

Rui Tavares considera que a motivação deste tipo de ataques é "acelerar o ódio e a divisão na sociedade".

Em entrevista na SIC Notícias, disse concordar com o Bloco de Esquerda ao pedir a discussão do RASI com a versão sobre os grupos de extrema-direita.

"No RASI tem de estar todo o tipo de insegurança e de criminalidade. Não deve haver uma espécie de manipulação política em relação a isso", sustenta.

O "perigo" vem da extrema-direita, remata.

Livre apresenta voto de condenação

O Livre apresentou no Parlamento um voto de condenação pelas agressões ao ator, manifestando "profundo repúdio". Rui Tavares exigiu uma investigação que "castigue os responsáveis".

"A agressão de que foi alvo o ator Adérito Lopes merece a mais veemente condenação e uma investigação que castigue os responsáveis. É inaceitável que uma peça seja cancelada por causa de um grupo neofascista. É o resultado de não haver clareza na rejeição do discurso de ódio", criticou o porta-voz do Livre Rui Tavares, na rede social 'X'.

A bancada do Livre entregou na Assembleia da República uma pergunta ao Governo e um voto de condenação.

Últimas